O governo da Bolívia respondeu na sexta-feira (10) a um pedido de informações sobre Jeanine Áñez, autodeclarada presidente interina do país entre 2019 e 2020, detida desde março de 2021, por parte da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), disse Wilfredo Chávez, procurador-geral do Estado.
"O Estado boliviano deu ontem à noite, perante a CIDH, uma resposta ao pedido de informações para solicitação de medidas cautelares para a cidadã Jeanine Ánez Chávez", disse o funcionário em uma coletiva de imprensa, citada pela Agência Boliviana de Informação (ABI), declarando que a medida não é admissível.
"O relatório foi enviado à CIDH, esperamos que a medida solicitada seja indeferida porque não consideramos que nenhum dos fundamentos exista, ou que os elementos solicitados no pedido tenham convergido", disse Chávez.
Os advogados de Áñez pediram à CIDH que ativasse medidas preventivas para salvaguardar a vida e a saúde da política, depois que ela tentou se ferir em 21 de agosto na prisão de Miraflores, em La Paz, onde está em prisão preventiva desde março por acusações de golpe de Estado no final de 2019. Na época, Evo Morales, presidente do país, foi forçado a se demitir do cargo e obter asilo na Argentina.
Em uma carta endereçada ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), publicada em sua conta no Twitter na sexta-feira (10), Jeanine Áñez disse que seus carcereiros querem que ela morra na prisão, mas que "isso não resolverá a questão subjacente", porque, segundo ela, "a justiça não vale e não resolve nada, mas divide e arruína".