As maiores ameaças terroristas aos EUA estão surgindo agora no Iêmen, Síria, Iraque e Somália, e não no Afeganistão, de acordo com Avril Haines, diretora da Inteligência Nacional norte-americana.
Embora as autoridades de inteligência dos EUA estejam acompanhando de perto os desenvolvimentos no Afeganistão devastado pela guerra, na verdade estão aparecendo maiores ameaças terroristas em países como Somália, Iêmen, Síria e Iraque, admitiu na segunda-feira (13) Haines durante a Cúpula de Inteligência e Segurança Nacional anual.
"Em termos internos, a ameaça neste momento de grupos terroristas, não priorizamos no topo da lista o Afeganistão", disse Haines aos participantes do evento, realizado nos subúrbios de Washington, EUA, e que deve terminar na terça-feira (14).
"Para onde estamos olhando é o Iêmen, Somália, Síria e Iraque para [o Daesh, organização terrorista, proibida na Rússia e em vários outros países], é onde vemos a maior ameaça."
Foi durante a saída de Cabul, Afeganistão, que 13 militares dos EUA foram mortos em um atentado suicida que mais tarde foi reivindicado pelo Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), um ramo do Daesh.
Segundo Haines, as agências de inteligência dos EUA ainda estão colocando um "grande foco" no potencial ressurgimento de grupos terroristas no Afeganistão.
"Nossa coleta de inteligência está diminuída [no Afeganistão] e isso é algo para o qual temos que nos preparar e para o qual temos nos preparado, francamente, há bastante tempo", acrescentou ela, reconhecendo que a retirada das tropas e a rápida tomada do poder pelo Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) tornou as operações de contraterrorismo um pouco mais desafiadoras.
Em 4 de setembro, Mark Milley, general dos EUA, advertiu que uma "provável" guerra civil no Afeganistão poderia levar à "reconstituição da Al-Qaeda" (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), especulando que tais confrontos internos na região poderiam se desenvolver "dentro de 12, 24, 36 meses".