O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, garantiu ao presidente dos EUA, Joe Biden, no mês passado, durante sua visita à Casa Branca, que não faria campanha pública contra os esforços de Washington para persuadir Teerã a retornar ao acordo de 2015.
"[O primeiro-ministro Naftali] Bennett, [o ministro das Relações Exteriores Yair] Lapid e Gantz estão se precipitando para um perigoso acordo nuclear que permitirá ao Irã desenvolver um arsenal nuclear [...] Este é um erro perigoso. Ele [Bennett] não deve ser autorizado a assumir tal compromisso porque o Irã é uma ameaça existencial, e uma ameaça existencial deve ser combatida de todas as maneiras", exaltou Netanyahu, citado pelo The Times of Israel.
Contudo, posteriormente, um porta-voz do governo esclareceu que Gantz não apoia o retorno norte-americano ao Plano de Ação Conjunto (JCPOA, na sigla em inglês), mas afirma que Israel aceitaria qualquer outro acordo nuclear mais duradouro, mais amplo e mais forte.
Ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz (à esquerda) e chanceler israelense, Yair Lapid, durante reunião no MRE em Jerusalém, 12 de setembro de 2021
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Bennett, por seu lado, deixou claro que se opõe a um acordo nuclear negociado, e não declarou publicamente que o retorno ao acordo nuclear de 2015 é algo que Israel poderia aceitar, contrariamente às declarações de Gantz, em uma entrevista na terça-feira (14).
No entanto, o ministro da Defesa também deixou claro que quer ver um "plano B viável liderado pelos EUA" que inclua uma pressão política, diplomática e econômica significativa contra Teerã, imposta em conjunto pelos EUA, Europa, Rússia e China - assim como uma ameaça militar credível - caso as conversações em Viena não tenham resultado positivo.
De igual modo, Benny Gantz também indicou que o Estado judeu tem seu próprio "plano C", que envolveria ação militar, comentando que "nós [Israel] não somos os EUA, mas temos nossas capacidades", citado na matéria.