A reconstrução do rosto do neandertal foi possível graças ao trabalho dos irmãos Kennis, paleoartistas reconhecidos que interpretaram as características dos fósseis achados e de outros crânios de neandertais, conseguindo conferir ao antepassado humano, batizado de Krijn, um rosto sorridente, informou o Museu Nacional de Antiguidades.
O neandertal em estudo viveu há mais de 50 mil anos em uma área chamada de Doggerland, uma ligação de terra pré-histórica entre os atuais Países Baixos e o Reino Unido. Acredita-se que, aproximadamente, um milhão de pessoas chegou a habitar esta região antes que as mudanças climáticas a inundassem por volta de 5.800 a.C.
Um fragmento fossilizado do crânio, que forma o arco das sobrancelhas, foi descoberto há 20 anos pelo paleontólogo Luc Anthonis enquanto analisava os sedimentos coletados do mar do Norte. Pesquisas posteriores determinaram que o fragmento era parte do crânio de um jovem neandertal bastante robusto que se alimentava principalmente de carne.
Krijn, o neandertal sorridente cujos restos fossilizados do crânio permitiram sua reconstrução
© Foto / Servaas Neijens / Rmo.nl
Os pesquisadores ficaram intrigados com um pequeno buraco atrás do arco das sobrancelhas. Mais tarde, perceberam que tal se devia a um tumor subcutâneo inofensivo, algo que nunca antes havia sido observado em neandertais.
A reconstrução do rosto de Krijn faz parte da exposição atual do museu sobre Doggerland.