Em Quesang, no alto Tibete, uma equipe liderada por David Zhang da Universidade de Guangzhou encontrou cinco impressões de mãos e cinco pegadas, que tendo em conta o tamanho, foram deixadas por duas crianças.
Segundo especialistas, as marcas não foram feitas de forma casual, mas apresentam um caráter de criação deliberada, por isso os cientistas argumentam que pode tratar-se de uma manifestação primitiva de arte rupestre realizada diretamente sobre vastas superfícies de pedra.
Além disso, a pedra de calcário travertino onde as impressões foram encontradas tem entre 169.000 e 226.000 anos, o que tornaria o sítio arqueológico o exemplo mais antigo deste tipo de arte, fornecendo uma prova da presença dos primeiros humanos (ou dos seus antepassados diretos) no planalto tibetano.
A pesquisa publicada na revista Science Bulletin sugere que devido à antiguidade da pedra, existe uma possibilidade que os artistas fossem Homo sapiens, embora o mais provável seja que se trate de um grupo de humanos conhecidos como denisovanos, já que recentemente foram encontrados no planalto fragmentos de ossos de um hominídeo semelhante ao denisovano.
Atualmente, o exemplo de arte rupestre mais antigo conhecido provém da região de Sulawesi, na Indonésia, e data entre 39.900 e 43.900 anos, e que também é considerado como a exibição mais antiga deste tipo de arte.
Porém, as pegadas recém-encontradas no Tibete sugerem uma origem ainda mais ancestral, destacando o papel central que as crianças hominídeas poderiam ter desempenhado na criação artística.