NASA confirma ocorrência de 'supererupções' vulcânicas em Marte há 4 bilhões de anos

O planeta Marte sofreu uma longa série de "supererupções" vulcânicas, as mais fortes de que há registro, durante um período que durou cerca de 500 milhões de anos e que ocorreu há aproximadamente quatro bilhões de anos.
Sputnik
Tal estimativa foi feita por uma equipe de cientistas, cujas pesquisas foram publicadas na revista Geophysical Research Letters em julho deste ano, e a NASA as confirmou na terça-feira (14).
A magnitude das explosões ocorridas na região Arabia Terra, no norte do Planeta Vermelho, é evidente na seguinte avaliação: a rocha derretida e o gás liberado durante qualquer uma dessas explosões poderia preencher um espaço equivalente a 400 milhões de piscinas olímpicas.
"Cada uma dessas erupções terá tido um impacto climático significativo: talvez o gás liberado tenha tornado a atmosfera mais densa, ou bloqueado o Sol e tornado a atmosfera mais fria. Aqueles que formulam modelos do clima marciano terão que trabalhar para tentar entender o impacto dos vulcões", disse Patrick Whelley, um dos autores do estudo e geólogo da agência espacial norte-americana.

Conhecendo melhor as 'superexplosões' e seus resultados

As "superexplosões" fizeram com que os vulcões abrissem crateras gigantes, ou caldeiras, que chegam a atingir dezenas de quilômetros de diâmetro. Inicialmente, os cientistas pensavam que estas depressões na superfície marciana eram o resultado de colisões com asteroides, mas uma análise de 2013 sugeriu que na verdade elas eram crateras vulcânicas.
Outras pesquisas indicaram que os minerais presentes na superfície da região Arabia Terra são de origem vulcânica, calculando até onde as cinzas das "supererupções" poderiam se ter espalhado. Com base nesses dados, os especialistas iniciaram sua busca e estudo de poeira em áreas definidas.
Para isso, os especialistas criaram um mapa topográfico tridimensional da região em estudo e incorporaram os dados sobre os minerais ali encontrados. No final, descobriram que as camadas de cinzas estavam bem preservadas.
A equipe pôde então calcular que houve milhares de explosões vulcânicas com base na espessura da poeira e nos cálculos dos colegas que mediram quanto material derreteu durante as erupções.
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