O mapa-múndi que até então era considerado o mais antigo do Novo Mundo, chamado de mapa da Vinlândia datado do século XV e que representa, entre outras terras, uma parte costeira da América do Norte até o sudoeste da Groenlândia, tem 500 anos a mais do que se pensava anteriormente.
Segundo cientistas da Universidade de Yale (EUA) após análise espectroscópica do documento, cujos resultados foram publicados no início de setembro, o mapa foi feito no século XX e não XV.
"O mapa da Vinlândia é falso. Não há dúvidas sobre isso. Esta nova análise deve encerrar o assunto", disse Raymond Clemens, funcionário da biblioteca de Livros e Manuscritos Antigos da universidade.
Ao examinarem todos os elementos do objeto, os especialistas verificaram que o vestígio de titânio, utilizado pela primeira vez para produzir tintas na década de 1920, estão presentes ao longo do documento.
Ao mesmo tempo, foi detectado que o documento tem pouco ou nenhum ferro, enxofre ou cobre, elementos usados por escribas da Idade Média para produção de textos, época na qual teria sido feito o mapa.
Por outro lado, constatou-se que a "confusão" teria sido intencional, visto que a carta foi desenhada no autêntico pergaminho da enciclopédia Speculum Historiale, verdadeiro volume medieval do século XV.
O mapa também contém uma inscrição em latim que nada mais seria do que uma nota de um encadernador que se encarregou de montar o compêndio.
"A inscrição alterada certamente parece uma tentativa de fazer crer que o mapa foi criado ao mesmo tempo que o Speculum Historiale", disse Clemens.
Os especialistas planejam escrever um artigo ainda mais detalhado para verificar se é um artigo falso. No entanto, o mapa continuará armazenado na Biblioteca Beinecke da universidade norte-americana.
"O mapa se tornou um objeto histórico em si mesmo. É um grande exemplo de uma falsificação que teve impacto internacional", disse Clemens.