Nesta sexta-feira (17), o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, anunciou a retirada dos embaixadores do país nos Estados Unidos e Austrália, e os convocaram a Paris para consultas devido à rescisão do contrato do submarino por Camberra.
"A pedido do presidente da República [Emmanuel Macron], decidi chamar de volta imediatamente dois de nossos embaixadores nos Estados Unidos e na Austrália a Paris para consultas", disse o ministro.
Na quarta-feira (15), Austrália, Reino Unido e Estados Unidos anunciaram uma parceria de defesa chamada AUKUS, com a tarefa inicial de EUA e Reino Unido apoiarem a oferta da Austrália para adquirir submarinos de propulsão nuclear, conforme noticiado.
O novo pacto defensivo forçou Camberra a desistir de um contrato de US$ 66 bilhões (R$ 348 bilhões) com a França para desenvolver 12 submarinos de ataque com propulsão convencional, já que a aliança defensiva promete aumentar a frota australiana com submarinos com propulsão nuclear.
Le Drian se referiu ao acordo como "uma faca nas costas", e a Embaixada da França em Washington cancelou uma recepção marcada para hoje (17) para celebrar a aliança EUA-França que datava a Guerra da Independência dos Estados Unidos.
"Esta decisão excepcional se justifica pela especial seriedade das declarações feitas em 15 de setembro pela Austrália e pelos Estados Unidos", frisou o ministro.