Dossiê: plano Prevent Senior ocultou óbitos em estudo sobre cloroquina
Conforme aponta um dossiê ao qual o GloboNews teve acesso, o plano de saúde Prevent Senior ocultou mortes de pacientes participantes de uma pesquisa sobre a eficácia da hidroxicloroquina associada à azitromicina como tratamento da COVID-19. O estudo foi apontado pelo presidente Jair Bolsonaro como exemplo de sucesso do uso do medicamento. O chefe do Executivo postou resultados do estudo sem mencionar as mortes de pacientes que tomaram a hidroxicloroquina. De acordo com materiais do dossiê, durante a pesquisa morreram nove participantes, mas apenas dois foram mencionados pelos autores. O dossiê com denúncias de irregularidades foi elaborado por médicos e ex-médicos da Prevent e foi enviado à CPI da Covid. O texto aponta que a disseminação da hidroxicloroquina e outros medicamentos resultou de um acordo entre o governo Bolsonaro e a Prevent. Entretanto, o Brasil confirmou mais 637 mortes e 35.128 casos de COVID-19, totalizando 589.277 óbitos e 21.067.396 diagnósticos da doença, informou o consórcio entre secretarias estaduais de saúde e veículos de imprensa.
Bolsonaro segura caixa de hidroxicloroquina na cerimônia de posse do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, Brasília, 26 de fevereiro de 2021
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Câmara aprova parecer polêmico sobre nova lei antiterrorismo
Na noite desta quinta-feira (16), a Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou o projeto da nova lei antiterrorismo, por 22 votos a favor e 7 contra. A proposta procura regulamentar as ações do Estado para prevenir e punir atos de terrorismo. Em particular, foi proposto ampliar a punição e repressão de atos que sejam potencialmente destrutivos ou perigosos para a vida, alguma infraestrutura crítica ou serviço público. Além do mais, a aplicação da lei se estende aos atos que aparentem ter a intenção de "intimidar ou coagir a população civil ou de afetar a definição de políticas públicas por meio de intimidação, coerção, destruição em massa, assassinatos, sequestros ou qualquer outra forma de violência", cita o Correio Braziliense. Os pontos propostos geram preocupações entre os deputados, organizações e movimentos sociais. Por exemplo, alguns receiam que a legislação, caso seja aprovada, possa silenciar oposicionistas do governo, criminalizar greves e restringir liberdades. Por sua vez, o relator da proposta, o deputado Ubiratan Sanderson, afirma que "não há nenhuma possibilidade de colocar em risco a democracia". A proposta segue agora ao Plenário da Câmara.
Plenário da Câmara durante votação de projeto de lei que tipifica o crime de terrorismo, Brasília, 27 de fevereiro de 2019
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Datafolha: Bolsonaro tem menor aprovação do que antecessores que enfrentaram escândalos
De acordo com novo levantamento do Instituto Datafolha divulgado ontem (16) pelo jornal Folha de São Paulo, a avaliação do chefe de Estado é pior que a de muitos ex-presidentes no mesmo período do mandato. Seu índice de aprovação é de apenas 22%, segundo a pesquisa. Houve vários casos em que os presidentes enfrentaram escândalos de corrupção e episódios de turbulência social, mas o nível de desaprovação nunca caiu tão abaixo. Por exemplo, Fernando Henrique Cardoso em 1997, após o escândalo de compra de votos para a reeleição, tinha a aprovação de 39% dos entrevistados. Por sua vez, o rival de Bolsonaro na corrida eleitoral para a Presidência em 2022 do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, tinha 35% de aprovação em 2005, logo após o escândalo do mensalão. Agora ele mantém larga vantagem sobre o atual presidente da República: no segundo turno, ele teria 56% contra 31% de Bolsonaro, segundo dados no momento atual. O estudo foi realizado de 13 a 15 de setembro, com 3.777 participantes em 190 cidades do Brasil.
Manifestantes protestaram na Avenida Paulista, em São Paulo, 12 de setembro de 2021
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Biden realiza reunião de líderes das principais economias sobre clima e energia
O presidente americano Joe Biden está convocando na sexta-feira (17) uma reunião virtual de líderes das maiores economias sobre energia e clima. O evento ocorre um mês e meio antes da grande Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 26) na Escócia. Um total de 17 economias desenvolvidas e em desenvolvimento vai participar da reunião: Austrália, Brasil, Canadá, Rússia, China, União Europeia, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia do Sul, México, África do Sul, Reino Unido e EUA. "No encontro, o presidente [Joe Biden] enfatizará a urgência e os benefícios econômicos de uma ação climática mais forte. Ele vai pedir aos líderes para reforçarem a sua ambição climática antes da COP 26 e nos anos seguintes", disse o comunicado emitido pela Casa Branca. O governo dos EUA notou que as conclusões mais recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, divulgadas em agosto, e "um ciclo acelerado de desastres climáticos em todo o mundo têm sublinhado a urgência de aumentar drasticamente a ação nesta década para manter a meta de 1,5 graus ao alcance." A Casa Branca também relembrou que Joe Biden retomou a participação dos EUA no Acordo Climático de Paris, firmado em 2015, que tem o objetivo a longo prazo de limitar o aumento global da temperatura a 2 graus Celsius. Os EUA abandonaram oficialmente o acordo em 2019, durante a administração Trump. Em seu primeiro dia na Casa Branca, Biden anunciou que o país voltaria a integrar o pacto climático.
Presidente dos EUA, Joe Biden, durante discurso sobre economia na Casa Branca, Washington, 16 de setembro de 2021
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Eleições parlamentares começam na Rússia
Hoje (17), os russos vão às urnas para eleger os membros da Duma de Estado, a câmara baixa do Parlamento da Rússia, bem como os legisladores regionais e diversos governadores regionais e municipais. Neste ano, as eleições duram três dias e decorrem de 17 a 19 de setembro. Em Moscou e na parte central do país, os postos de votação já abriram. A votação de três dias será concluída no domingo (19). Há possibilidade de votar tanto on-line quanto de forma presencial. A votação eletrônica é possível em sete regiões russas, incluindo a capital. No total, foram realizadas mais de 4.400 campanhas de diversos níveis em todas as 85 regiões da Rússia, com mais de 31 mil mandatos em disputa. A câmara baixa do Parlamento russo é eleita através de um sistema misto: 225 deputados – metade da Duma - são eleitos por listas partidárias, e os outros 225 em circunscrições uninominais. Para as eleições foram registrados 23 partidos políticos e cerca de 74 mil candidatos aprovados pelo Comitê Eleitoral Central da Rússia. O presidente Vladimir Putin chamou os russos a votar, dizendo ontem em uma mensagem de vídeo que "a eleição da nova composição [da Duma] é, sem dúvida, o evento mais importante na vida da nossa sociedade e país".
Cadetes da Marinha votam no primeiro dia das eleições parlamentares, em Vladivostok, Rússia, 17 de setembro de 2021
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Escândalo em torno da ex-diretora do Banco Mundial
Os líderes do Banco Mundial, incluindo a então diretora Kristalina Georgieva, aplicaram "pressão indevida" sobre a equipe para aumentar o ranking da China no relatório "Doing Business 2018", de acordo com uma investigação independente publicada ontem (16). O relatório, preparado pelo escritório de advocacia Wilmerhale a pedido do comitê de ética do banco, suscita preocupações quanto à influência da China no Banco Mundial, bem como quanto ao julgamento de Georgieva, desde 2019 diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, e do então presidente do BM, Jim Yong Kim. Por sua vez, Georgieva rejeitou as conclusões do relatório sobre o seu papel. Ela disse, em comunicado, que discorda "decisivamente das conclusões e interpretações" do relatório. "Estas são descobertas sérias", indica por sua vez o Tesouro dos EUA em um comunicado, afirmando que está "analisando o relatório". "Nossa principal responsabilidade é defender a integridade das instituições financeiras internacionais." O The Wall Street Journal ressaltou que o episódio pode ser um "golpe para a reputação" de Georgieva, sendo também"o mais recente exemplo de como o governo chinês busca inúmeras maneiras de lustrar sua posição global".