A possibilidade de que haja vida extraterrestre na Via Láctea é muito maior do que se preconizava antes: uma nova descoberta de "quantidades significativas" de grandes moléculas orgânicas em torno de estrelas jovens, necessárias para a vida nos planetas, sugere que as condições básicas necessárias para formar a vida na Terra poderiam existir em outras partes da Galáxia.
A pesquisa, publicada na revista Astrophysical Journal Supplement Series, foi realizada por uma equipe de astrônomos de 16 universidades de todo o mundo, buscando as "impressões digitais" das moléculas orgânicas a partir dos dados coletados pelo radiotelescópio de Atacama, no Chile.
Os astrônomos estudaram cinco sistemas conhecidos por terem uma estrela jovem cercada por um disco protoplanetário, a uma distância entre 300 e 500 anos-luz da Terra.
Em quatro deles, encontraram grandes reservas de moléculas precursoras, que são "degraus" entre moléculas mais simples baseadas no carbono, encontradas em abundância no espaço, e moléculas mais complexas que são necessárias para criar e manter a vida.
Um dos autores do estudo, John Ilee, pesquisador da Universidade de Leeds, mencionou que o telescópio ALMA permitiu "pela primeira vez buscar estas moléculas nas regiões mais internas destes discos, em escalas de tamanho similares a nosso Sistema Solar".
"Nossa análise mostra que as moléculas se encontram principalmente nestas regiões internas com uma abundância entre 10 e 100 vezes superior às que os modelos anteriores preconizavam", afirmou.
Isso sugere a probabilidade de que outras civilizações tenham surgido e desaparecido durante bilhões de anos antes da formação da Terra.
Além disso, a coautora do estudo Catherine Walsh explicou que "os mesmos ingredientes necessários para 'semear' a vida em nosso planeta foram encontrados ao redor de outras estrelas" e que é possível "que as moléculas necessárias para iniciar a vida estejam disponíveis em todos os ambientes de formação de planetas".