Premiê da Austrália admite que previa 'decepção' da França por quebra de acordo de submarinos

Scott Morrison revelou nesta segunda-feira (20) que sabia que a França reagiria mal à rescisão do acordo franco-australiano, após formação da nova aliança AUKUS dos EUA, Reino Unido e Austrália.
Sputnik
O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, admitiu ter antecipado a reação negativa da França após Camberra rescindir o acordo de submarinos convencionais a favor de construir submarinos movidos a energia nuclear usando tecnologias norte-americanas e britânicas.
"Seria ingênuo pensar que uma decisão dessa natureza não causaria, obviamente, decepção por parte dos franceses [...] Entendemos isso. Reconhecemos totalmente isso. E sabíamos que isso vai acontecer", afirmou Morrison, discursando em uma coletiva em Nova York.
Morris destacou que foi motivado por preocupações de que a informação de alta segurança pudesse vazar para a mídia ou outros Estados. Além disso, a França foi informada há muitos meses que os submarinos convencionais deixaram de atender as demandas australianas.
"E afinal, você tem que fazer as coisas que são do interesse nacional da Austrália e de nossos interesses de segurança. E isso deve ser primordial", declarou.
O primeiro-ministro australiano revelou que não conversou com o presidente francês Emmanuel Macron desde a disputa diplomática. Atualmente, Morrison não vê uma oportunidade para tal conversa.
Morrison informou que a Austrália colaborará com os líderes europeus e os líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático.
A agenda do premiê australiano em Nova York inclui uma reunião com o presidente Joe Biden e com os líderes do Diálogo de Segurança Quadrilateral (EUA, Japão, Austrália e Índia), também conhecido como Quad.
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