Após saída do Afeganistão, Erdogan quer que forças dos EUA abandonem Síria e Iraque

A Turquia quer que os EUA retirem suas tropas de outros países da região de modo semelhante à sua retirada do Afeganistão, declarou o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.
Sputnik
Erdogan apontou, especificamente, a Síria e o Iraque como duas nações onde Washington deveria acabar com sua presença militar.
Na opinião do presidente turco, tal evento ajudaria a promover a paz na região.
"É claro que, se eu tivesse a escolha, gostaria que eles [EUA] saíssem da Síria e do Iraque. Da mesma forma como se retiraram do Afeganistão. Porque se vamos servir a paz em todo o mundo, não faz mais sentido permanecer nessas partes do mundo. Podemos, simplesmente, deixar esses povos, deixar suas administrações tomarem suas próprias decisões", comentou Erdogan, citado pelo CBS News.
Quando perguntado se alguma vez teria questionado uma possível retirada da Síria com o presidente norte-americano, Joe Biden, o presidente turco respondeu que não lhe falou sobre o assunto quando se encontraram em Bruxelas.

Motivos para saída ou permanência dos EUA

As forças dos EUA e da OTAN iniciaram a retirada do Afeganistão, que terminou em 30 de agosto de 2021, depois que Biden anunciou o fim da missão de quase 20 anos. Contudo, todo o processo foi marcado pelo caos e insegurança, uma vez que muitos aliados civis afegãos que ajudaram as forças estrangeiras acabaram por não conseguir abandonar o país, agora sob comando do Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países).
Militares dos EUA na área do campo de petróleo Omar na província síria de Deir Ez-Zor
Quanto aos dois países mencionados por Erdogan, desde março de 2003 que os EUA têm mantido sua presença no Iraque, para onde dezenas de milhares de soldados norte-americanos foram destacados a fim de derrubar o então presidente Saddam Hussein e eliminar as armas de destruição em massa, cuja existência nunca foi confirmada.
Durante a administração Obama, vários membros das forças de Washington foram, momentaneamente, retirados de solo iraquiano, mas acabaram sendo reenviados em 2014 com o surgimento do Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países), que tinha conseguido conquistar grandes extensões do noroeste do Iraque e prosseguido com sua expansão para o leste da Síria.
Em 2017, o Iraque e os EUA anunciaram que o Daesh havia sido derrotado, mas as forças de combate norte-americanas permaneceram no país desde então, justificando sua presença citando a ameaça que as forças restantes do grupo terrorista representavam na região.
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