A Yahoo News entrevistou mais de 30 ex-funcionários da administração republicana para seu artigo, revelando que a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), sob ordens do então ex-secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, teria discutido o assassinato ou sequestro de Assange enquanto era refugiado na embaixada do Equador em Londres, no Reino Unido.
O relatório também apontou que a administração Trump, em parceria com o governo do Reino Unido, estaria se preparando para se envolver em um perigoso conflito nas ruas britânicas com qualquer agente russo, caso tentassem ajudar Assange a fugir do país.
Após a divulgação de tal relatório, a Fundação Liberdade de Imprensa emitiu uma declaração chamando a CIA de "uma vergonha", e acrescentando que "o fato de ter considerado e se envolvido em tantos atos ilegais contra o WikiLeaks, seus associados e até mesmo outros jornalistas premiados, é um escândalo flagrante que deveria ser investigado pelo Congresso e pelo Departamento de Justiça [dos EUA]".
Apoiadores de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, reunidos no exterior da corte, durante o recurso do governo dos EUA contra uma decisão da Justiça britânica de que Assange não deveria ser extraditado, Londres, Reino Unido, em 11 de agosto de 2021
© REUTERS / Henry Nicholls
De igual modo, a fundação também pediu ao atual presidente norte-americano, Joe Biden, e sua administração que retirassem imediatamente todas as acusações contra Assange.
Tommy Vietor, porta-voz do ex-presidente Barack Obama, pediu ao presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, e ao presidente do Comitê de Inteligência do Senado, Mark Warner, que realizassem audiências sobre a suposta conspiração da CIA.
Em 2019, Assange foi retirado à força da embaixada equatoriana pela Polícia Metropolitana de Londres e enviado para prisão de segurança máxima de Belmarsh, onde permanece até hoje enquanto Washington tenta sua extradição.