Pequim critica reunião do Quad, dizendo que causa 'discórdia' na Ásia-Pacífico

A aliança é composta pela Austrália, Índia, EUA e Japão e muitos comentadores têm referido ter o objetivo não oficial de conter a China.
Sputnik
A China se opõe à parceria Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad, na abreviatura em inglês) por criar "discórdia" entre países da região da Ásia-Pacífico, anunciou na segunda-feira (27) uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
Hua Chunying comentou aos repórteres a reunião de líderes do Quad, organizada na sexta-feira (27) por Joe Biden, presidente dos EUA, acusando "alguns Estados" de exagerar o perigo supostamente colocado pela China.
"Chamamos a atenção para o diálogo quadripartite entre Austrália, Índia, Estados Unidos e Japão ao mais alto nível, e nos opomos fortemente a que esses países individuais causem discórdia nas relações da China com os Estados da região", disse.
Na reunião de sexta-feira (24), Biden contou aos repórteres que o Quad representa quatro "parceiros democráticos que compartilham uma visão mundial e têm uma visão comum para o futuro".
Scott Morrison, primeiro-ministro da Austrália, descreveu essa visão como englobando "uma região que desejamos estar sempre livre da coerção, onde os direitos soberanos de todas as nações sejam respeitados e onde as disputas sejam resolvidas pacificamente e [em] conformidade com o direito internacional".
A mídia chinesa criticou a reunião, com um editorial no jornal Global Times alertando que se os três países que seguem a estratégia dos EUA de "conter a China" forem "longe demais", eles "vão se tornar carne para canhão, uma vez que a China salvaguardará resolutamente os seus interesses".
Por sua vez, Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, comentou que qualquer "grupo fechado" e "exclusivo" de países visando outros Estados da Ásia estaria "condenado ao fracasso", e sublinhou que Pequim estava interessado em "solidariedade e cooperação", e não em conflito, entre países regionais.
O Quad é uma das várias alianças bilaterais e regionais formadas pelos EUA para confrontar e tentar enquadrar a China. Após 15 de setembro, as relações de Washington com seus aliados franceses sofreram um revés depois que os EUA, o Reino Unido e a Austrália anunciaram um pacto de segurança elaborado em segredo, conhecido como AUKUS (sigla composta pelas iniciais em inglês desses países).
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