Equador declara estado de emergência prisional após 'pior banho de sangue' que matou 118 pessoas

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, declarou estado de emergência no sistema prisional nacional, após uma batalha entre membros de gangues em uma prisão que resultou na morte de, pelo menos, 118 pessoas e deixou feridas outras 79.
Sputnik
As autoridades disseram que pelo menos cinco dos mortos foram decapitados, classificando tal acontecimento o pior banho de sangue na prisão do país, reporta a agência AP.
Dezenas de veículos policiais e militares, assim como ambulâncias, entraram no complexo prisional na quinta-feira (30).
Centenas de pessoas se reuniram fora do laboratório de perícia criminal em Guayaquil, na esperança de recolher os corpos de seus parentes que acreditavam terem sido mortos na prisão. No entanto, segundo a coronel Tannya Varela, comandante da polícia equatoriana, pode haver mais corpos ou pessoas gravemente feridas na prisão.
Familiares de detentos esperam obter informações sobre estado de seus parentes dentro de prisão de Guayaquil, no Equador, onde foram registrados mais de uma centena de mortos após confronto entre membros de gangues
O presidente equatoriano decretou o estado de emergência na quarta-feira (29), o que dará ao governo poderes que incluem o destacamento de policiais e soldados para dentro das prisões.
"É lamentável que as prisões estejam sendo transformadas em territórios para disputas de poder por gangues criminosas", comentou Lasso, acrescentando que agiria com "firmeza absoluta" para recuperar o controle da prisão em causa e impedir que a violência se espalhasse para outras instalações da mesma natureza, segundo foi citado pela mídia.
MOTIM MORTAL EM PRISÃO: Imagens mostram policiais verificando detentos após um motim entre gangues rivais em uma prisão em Guayaquil, no Equador, que resultou na morte de 30 detentos e em 48 pessoas feridas, incluindo dois policiais.
O presidente também informou que foram criados pontos de apoio para os familiares dos detentos, onde estão disponíveis bens alimentares e serviços de apoio psicológico. Lasso acrescentou ainda que um programa para resolver os problemas das prisões do país será acelerado.
Luis Hernández, analista de assuntos políticos e militares e ex-general do Exército do Equador, explica que os membros das gangues prisionais estendem seu controle das prisões para as ruas, gerenciando dívidas, entregas e outros aspetos do comércio ilegal de drogas.
Conforme conta Hernández, o Equador é um ponto-chave de trânsito para as organizações de tráfico de drogas devido à sua boa infraestrutura rodoviária, três portos marítimos internacionais, e dois aeroportos internacionais, disse citado pela AP.
Comentar