É descoberto animal de 390 milhões de anos com sistema de visão de 200 miniolhos (FOTO)

Pesquisadores analisaram imagens em raios X de uma trilobita, no qual detectaram um sistema ocular singular, que deixou de existir com a extinção dos espécimes da subordem Phacopina.
Sputnik
Cientistas encontraram uma trilobita com cerca de 200 miniolhos datada de 390 milhões de anos, relata a Universidade de Colônia, Alemanha, em comunicado de quinta-feira (30).
Phacops geesops, espécie trilobita que viveu durante o período Devoniano, entre 419 e 358 milhões de anos atrás. Os olhos do animal consistem de 200 lentes únicas, abrangendo seis pequenas facetas, as quais por sua vez formam um olho cada uma
A equipe de pesquisadores, composta por membros da Alemanha e do Reino Unido, analisou imagens em raios X do fóssil do artrópode marinho tiradas nos anos 1970, descobrindo que os supostos dois olhos distintos da subordem Phacopina eram na verdade grandes sistemas de centenas de lentes individuais que formavam todos seus próprios miniolhos.
Os cientistas sugeriram no estudo publicado na revista Scientific Reports que os filamentos sob os olhos eram nervos, por sua vez compostos por pequenas áreas de fotorreceptores que formam um olho composto. No entanto, enquanto outras trilobitas têm olhos semelhantes aos de uma mosca, nos quais as facetas hexagonais formam um grande olho composto, esta subordem tem uma abordagem diferente.
"Cada um desses olhos consistia de aproximadamente 200 lentes de até um milímetro de tamanho. Sob cada uma dessas lentes, por sua vez, se encontram pelo menos seis facetas, cada uma das quais, por sua vez, forma um pequeno olho composto. Portanto, temos cerca de 200 olhos compostos (um debaixo de cada lente) em um olho", explicou Brigitte Schoenemann, zoóloga.
Esses fatores contribuíram para a criação de um "hiperolho", uma "adaptação evolucionária à vida em condições de fraca luz", nota Schoenemann
"Também é possível que os componentes individuais do olho tenham desempenhado funções diferentes, permitindo, por exemplo, o aumento do contraste ou a percepção de cores diferentes", disse a bióloga, referindo que esse tipo é único no reino animal. Apesar de tudo, este sistema de olhos morreu com a extinção das trilobitas há 360 milhões de anos.
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