Um contingente limitado de militares dos EUA tem estado secretamente em Taiwan há pelo menos um ano para treinar as forças terrestres taiwanesas, segundo o jornal Wall Street Journal (WSJ), citando na quinta-feira (7) oficiais americanos.
De acordo com o jornal, as forças militares são compostas por cerca de 20 fuzileiros navais norte-americanos e uma unidade de operações especiais, cujas tarefas incluem treinamento para formações limitadas de forças terrestres taiwanesas. O treinamento já estaria sendo realizado há pelo menos um ano.
"O destacamento dos combatentes das forças especiais dos EUA é um sinal de preocupação no Pentágono com as capacidades táticas de Taiwan, à luz do crescimento militar multianual de Pequim, bem como das recentes ações ameaçadoras contra a ilha", escreveu o WSJ, citando as fontes.
A Casa Branca, o Pentágono e Taipé recusaram comentar imediatamente as revelações.
Na terça-feira (5) o presidente norte-americano Joe Biden disse que falou com seu homólogo chinês Xi Jinping sobre Taiwan, prometendo que "vamos cumprir o acordo de Taiwan", em possível referência à política de Uma Só China. Na quinta-feira (7) a agência norte-americana Bloomberg anunciou a possível realização de uma cúpula entre os líderes dos dois países até o final de 2021.
Em 1979 a então administração norte-americana de Jimmy Carter (1977-1981) proclamou o apoio ao princípio de Uma Só China representada por Pequim, depois que a ONU reconheceu isso oficialmente em 1971. No entanto, o Congresso dos EUA passou também em 1979 o Ato de Relações de Taiwan, com o objetivo de continuar ligações não oficiais com Taipé. Desde então, Washington tem mantido uma política de "ambiguidade estratégica" em relação ao status de Taiwan.
As relações oficiais entre o governo central da República Popular da China e sua província insular romperam em 1949, depois que as forças do Kuomintang, lideradas por Chiang Kai-shek, foram derrotadas pelo Partido Comunista da China na guerra civil do país.
Os contatos comerciais e informais entre a ilha e a China continental foram retomados no final dos anos 1980. Os dois lados têm estado em contato desde o início dos anos 1990 através de organizações não-governamentais, a Associação para as Relações entre os Estreitos de Taiwan, com sede em Pequim, e a Fundação de Intercâmbio dos Estreitos, com sede em Taipé.