Lauren Carter, guarda-florestal principal do Monumento Nacional de Wupatki, disse ao portal Live Science que os triops põem ovos que permanecem dormentes no deserto por décadas, esperando o surgimento de uma estação chuvosa ideal.
Os visitantes do parque nacional começaram a apontar aos filhotes no início do verão (no Hemisfério Norte). A maioria dos filhotes foi vista perto de uma piscina vernal criada no campo do jogo da bola cerimonial.
"Soubemos que havia água no campo de jogo da bola, mas não esperávamos que algo vivesse lá", disse Carter. "Então um visitante veio e disse: 'Oi, vocês têm girinos em seu campo de jogo da bola'".
Após um estudo, Carter concluiu que não eram girinos. Tratava-se da espécie Triops longicaudatus, crustáceos de água doce que se encontram em charcos vernais na América do Norte, Central e do Sul. Carter sublinhou que será necessária uma análise científica para confirmar a definição.
"Eu não gosto do termo 'fósseis vivos' porque isso causa um mal-entendido entre o público de que eles não mudaram nada. Mas eles mudaram, eles evoluíram. É que sua aparência externa é muito semelhante ao que eles eram há milhões de anos", segundo Carter.
Os triops podem crescer até 3,8 centímetros e ter dois grandes olhos compostos semelhantes aos das abelhas. O terceiro olho, denominado ocelo ou olho primitivo, tem fotorreceptores que ajudam o animal a detectar a luz.