Amostras coletadas pela missão chinesa Chang'e-5 revelam idade de rochas lunares

Os cientistas determinaram a idade de duas amostras de lava basáltica, coletadas pela missão chinesa Chang'e-5. A relativamente pouca idade da lava, cerca de 1,96 bilhão de anos, significa que o vulcanismo ativo na Lua durou por muito tempo após sua formação.
Sputnik
Os cientistas descobriram a composição química e mineral das amostras de basalto recolhidas no mar lunar Oceanus Procellarum (Oceano das Tormentas, em português), que é uma das estruturas mais novas na superfície da Lua, segundo um estudo publicado na Science.
Os pesquisadores determinaram que a lava tem uma idade relativamente jovem: 1963 ±57 milhões de anos.
"Claro que 'jovem' é relativo", afirmou um dos autores do estudo, Bradley Jolliff. "Todas as rochas vulcânicas coletadas pela Apollo tinham mais de três bilhões de anos. E todas as crateras de impacto novas, cujas idades foram determinadas a partir da análise das amostras, têm menos de um bilhão de anos. Então, as amostras da Chang'e-5 preenchem uma lacuna crítica".
A idade determinada do basalto coletado no Oceanus Procellarum é o primeiro resultado científico da missão Chang'e-5, que conseguiu trazer amostras lunares pela primeira vez em 40 anos.
Os pesquisadores esperam que estudos posteriores destas amostras permitam determinar a cronologia da formação das crateras de impacto e outras estruturas não apenas na Lua, mas também em todos os planetas rochosos na zona interior do Sistema Solar.
Os cientistas ainda não sabem a origem da lava basáltica tão jovem. Não há evidências de sua origem profunda, pois não há altas concentrações de elementos emissores de calor no manto lunar. Eles afirmam que, para entender o longo vulcanismo lunar, são necessárias explicações alternativas.
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