A crise de energia elétrica da China pode "atravessar" a economia mundial, que, por sua vez, ainda está se recuperando da pandemia da COVID-19, informou The Wall Street Journal (WSJ).
O jornal norte-americano afirma que a quebra de energia no gigante asiático provavelmente piorará o já sentido "aperto global de energia", podendo assim prejudicar a recuperação econômica pós-pandemia.
De igual modo, a crise energética em questão também poderá colocar mais pressão sobre as cadeias de suprimento globais ao aumentar os preços das matérias-primas e outros componentes essenciais.
Ting Lu, economista sênior chinês na companhia Nomura Holdings, escreveu em uma nota aos clientes que os mercados globais "sentirão o efeito da escassez de fornecimento [da China] de têxteis e brinquedos a peças de máquinas".
Mike Beckham, cofundador e diretor executivo da empresa Simple Modern, com sede em Oklahoma, nos EUA, tal como Ting, também acredita que "haverá um efeito cascata" devido às recentes falhas de energia na China. Segundo ele, como resultado desta crise os preços de venda no varejo de muitos produtos nos EUA poderiam aumentar até 15% entre março e maio do próximo ano.
Steve Cooke, diretor executivo da Cre8tive Brand Ideas Ltd., informa que sua empresa depende principalmente de fornecedores que adquirem cerca de 80% de seus produtos na China.
As autoridades chinesas estão tentando enfrentar as repercussões do que a mídia estatal descreveu como um corte de energia "inesperado e sem precedentes", que atingiu várias províncias do nordeste da China no final de setembro de 2021.
Os apagões nas províncias de Heilongjiang, Jilin e Liaoning, bem como na província de Guangdong no sul do país, um importante centro industrial e naval, alegadamente "resultaram em grandes interrupções na vida diária das pessoas e nas operações comerciais". Tamanhas quedas de energia estão ocorrendo enquanto Pequim busca ativamente reduzir suas emissões de dióxido de carbono e seu uso de carvão e tenta desenvolver uma economia verde.