Bloomberg: crise energética torna Rússia maior destino de investimentos entre mercados emergentes

A subida dos preços da energia está aumentando as apostas nas exportações de nações em desenvolvimento, com a Rússia emergindo como novo destino de investimento favorito.
Sputnik
O rublo russo ganhou mais do que qualquer outra moeda dos mercados emergentes neste mês, impulsionado pela perspectiva de maiores receitas do petróleo. O relatório mensal da OPEP será acompanhado de perto durante esta semana, enquanto os investidores buscam entender mais sobre as perspectivas para a indústria petrolífera, informa a agência Bloomberg.
A instabilidade do mercado de energia destacou o país eurasiático como uma "superpotência de petróleo e gás", bem como suas "finanças saudáveis". A Rússia, "o maior exportador mundial de energia", tem mais de US$ 600 bilhões (cerca de R$ 3,3 trilhões) em reservas e um "peso da dívida invejavelmente baixo", observou a agência.
Ao mesmo tempo, as previsões de lucros para 12 meses das empresas russas no mercado de ações subiram 15% a partir do segundo semestre do ano. Por sua vez, as previsões para empresas da Arábia Saudita subiram apenas 6,7%, enquanto na Ásia permaneceram quase inalteradas e sofreram uma queda na América Latina.
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Sabendo disso, várias grandes empresas, tais como a Carrhae Capital, Wells Fargo Asset Management ou JPMorgan Chase, já começaram a adquirir ações de empresas de energia russas.
No domingo (10), o jornal The Wall Street Journal publicou um artigo sugerindo que uma das causas da crescente atração do mercado energético russo é o próprio sistema energético da Europa, que procura frear o desenvolvimento interno de combustíveis fósseis, o que acaba aumentando a "dependência do gás natural, do qual a Rússia é o maior fornecedor".
Segundo a mídia norte-americana, os preços da energia no continente europeu subiram cinco vezes no último ano, o que beneficia Moscou e cria uma vantagem estratégica para a gigante russa Gazprom.
De igual modo, a matéria argumenta que as "ilusões climáticas" dos EUA em detrimento de sua segurança energética poderiam causar sérios danos à economia norte-americana e aos interesses globais.
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