Estes foram os últimos esforços de diálogo entre os comandantes dos Exércitos indiano e chinês, ocorridos no domingo (10), com o objetivo de resolver o impasse na fronteira, informa o The Wall Street Journal (WSJ).
É importante relembrar que em junho de 2020, um confronto entre as forças de ambas as nações nucleares no Himalaia vitimou 20 soldados indianos e quatro chineses. Desde o incidente, Índia e China têm negociado formas de acalmar a situação. Contudo, apesar de ambos os países afirmarem que buscam uma resolução, as potências continuam reforçando presença militar na região.
Na segunda-feira (11), Nova Deli e Pequim chegaram a um novo impasse na fronteira entre os dois países. O Ministério da Defesa da Índia atribuiu as tensões a "tentativas unilaterais do lado chinês de alterar o status quo", citado pela mídia.
Soldados indianos patrulham região de fronteira com a China no Himalaia, 28 de fevereiro de 2021
© AFP 2023 / Tauseef Mustafa
Long Shaohua, porta-voz do Exército de Libertação Popular (ELP) da China, reiterou que o lado chinês "demonstrou plenamente sua sinceridade" para diminuir a escalada da situação, mas "o lado indiano ainda insiste em exigências pouco razoáveis e irrealistas", reporta o jornal.
Os dois gigantes asiáticos construíram infraestrutura no território disputado no decorrer de 2021, incluindo cabanas isoladas para que as tropas possam se manter na zona durante os invernos rigorosos do Himalaia.
O ELP aumentou gradualmente sua presença de 15 mil, em 2020, para 50 mil, segundo a inteligência indiana e oficiais militares. Essas movimentações foram correspondidas pela Índia, que enviou dezenas de milhares de soldados e artilharia avançada para a região, disseram as autoridades ao WSJ.
O chefe do Exército da Índia, Manoj Mukund Naravane, disse no sábado (9), em Nova Deli, que estava preocupado com o que chamou de "acúmulo em larga escala" pela China na fronteira. A Índia contra-atacou com sua própria presença, e "se eles [soldados chineses] estão lá para ficar, [então] nós também estamos lá para ficar", assinalou, de acordo com o jornal norte-americano.