Astrônomos descobriram com a ajuda de vários telescópios uma anã branca que passou por uma situação de supernova Tipo Ia, escreve na terça-feira (12) o portal Phys.org.
As anãs brancas são estrelas que esgotaram a maior parte de seu combustível nuclear de massa semelhante ao Sol. Se tiverem tamanho relativamente pequeno, podem seguir nesse estado por bilhões ou mesmo trilhões de anos.
No entanto, em caso de proximidade de outra estrela, a anã branca pode atrair o material da companheira e crescer até o ponto de se tornar instável e explodir, em um fenômeno conhecido como supernova Tipo Ia, e que aconteceu no caso do G344.7-0.1, segundo o estudo publicado na revista The Astrophysical Journal.
Os pesquisadores usaram raios X do Observatório Chandra X da agência espacial norte-americana NASA (cor azul na imagem), combinados com dados infravermelhos do Telescópio Espacial Spitzer, também da NASA (amarelo e verde), bem como dados de rádio do VLT da Fundação de Ciência Nacional (NSF, na sigla em inglês) dos EUA, e do TCA da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Comunidade da Austrália (vermelho).
Esta nova imagem composta mostra G344.7-0.1, um remanescente de supernova criado por uma supernova tipo Ia, através dos olhos de diferentes telescópios
© Foto / Centro de Raios-X de Chandra
A equipe de cientistas estimou a idade da supernova como observada na Terra em 3.000 a 6.000 anos, enquanto os outros remanescentes de supernovas conhecidos têm idades menores que 1.000 anos, permitindo o estudo de uma fase mais avançada na evolução desse tipo de eventos.
O Phys.org indica que o fenômeno ocorre através de detritos se afastando da explosão inicial e encontrando resistência do gás ao redor e diminuindo a velocidade, criando uma onda de choque reversa que viaja de volta para o centro da explosão. Contrário de algumas das outras supernovas do Tipo Ia, a idade do G344.7-0.1 significa que o último passo foi cumprido.
Citando o estudo, o portal compara os resultados da pesquisa a um engarrafamento de trânsito, durante o qual o bloqueio de uma via também causa gradualmente que todos os carros atrás deixem de se mover.
A imagem composta exibe regiões com diferentes densidades de metais pesados, sendo que a com maior quantidade foi aquecida pelo choque reverso mais recentemente do que os elementos nas estruturas semelhantes ao arco, sugerindo que está localizado perto do verdadeiro centro da explosão estelar, o que é consistente com as previsões de que elementos mais pesados são produzidos no interior de uma anã branca em explosão.