O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), afirmou nesta quarta-feira (13) que não aceitará ser ameaçado ou chantageado para marcar a sabatina do ex-chefe da Advocacia Geral da União (AGU) André Mendonça, indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Tenho sofrido agressões de toda ordem. Agridem minha religião, acusam-me de intolerância religiosa, atacam minha família, acusam-me de interesses pessoais fantasiosos. Querem transformar a legítima autonomia do presidente da CCJ em ato político e guerra religiosa. Reafirmo que não aceitarei ser ameaçado, intimidado, perseguido ou chantageado com o aval ou a participação de quem quer que seja", lê-se na nota divulgada por Alcolumbre e reproduzida pela revista Veja.
Horas antes, Bolsonaro acusou Alcolumbre de afrontar a Constituição ao travar a sabatina de Mendonça, indicado há três meses: "Eu ainda aguardo a sabatina do André Mendonça no Senado Federal. Ele [Alcolumbre] age fora das quatro linhas da Constituição".
Segundo o presidente da CCJ, no momento tramitam "cerca de 1.748 matérias" na comissão, "todas de enorme relevância para a sociedade brasileira". O senador ponderou que a prioridade do Legislativo "deve ser a retomada do crescimento, a geração de empregos e o encontro de soluções para a alta dos preços que corroem o rendimento dos brasileiros".
O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, negou, na segunda-feira (11), o pedido para marcar a sabatina de Mendonça após os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) entrarem com um mandado de segurança. De acordo com o magistrado, a sabatina é competência do Congresso.