EUA advertem Israel contra 'riscos aos interesses comuns' por projetos com China

Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, recebeu na quarta-feira (13) Yair Lapid, chanceler de Israel, após o primeiro alertar contra supostos "riscos" de segurança vindos da China.
Sputnik
Um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse aos repórteres via teleconferência na terça-feira (12) que na cúpula de quarta-feira (13) em Washington, EUA, Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, "seria franco com nossos amigos israelenses sobre os riscos aos nossos interesses comuns de segurança nacional que vêm com estreita cooperação com a China".
Blinken e Yair Lapid, ministro das Relações Exteriores de Israel, tiveram sua própria reunião, mas mais tarde também se juntaram para uma conferência trilateral de Abdullah bin Zayed, ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, que assinou um acordo de paz com Israel há pouco mais de um ano.
O funcionário do Departamento de Estado norte-americano disse mais tarde que "os EUA veem na China um concorrente que desafia a ordem internacional existente baseada em regras. E como já dissemos anteriormente, nosso relacionamento com a China será competitivo quando deve ser, colaborativo quando pode ser, e adversário quando tem de ser".
Os funcionários da administração do presidente norte-americano Joe Biden instaram Eyal Hulata, conselheiro de Segurança Nacional israelense, durante uma visita a Washington na semana passada, a criar um sistema mais robusto de verificação de projetos em Israel por empresas de propriedade estrangeira, particularmente empresas chinesas.
Os EUA têm nos últimos anos tentado afastar empresas da China do país e de seus aliados, particularmente a Huawei, alegando perigos de segurança e espionagem, que Pequim nega. O mesmo tem acontecido em Israel, mas Naftali Bennett, primeiro-ministro israelense, se opôs à redução do comércio com a China em junho, quando ainda era membro da Knesset, a legislatura unicameral do país.
Cai Run, membro da embaixada da China em Tel Aviv, Israel, respondeu em março de 2021 às acusações, chamando as declarações de que a China tivesse "penetrado" na economia israelense de "infundadas" e de "falsidades".
"A cooperação China-Israel nada mais é do que uma prática comercial normal baseada na oferta-demanda do mercado. Os projetos liderados por empresas chinesas são avançados com um processo de licitação aberto e transparente em Israel. Eles obedecem estritamente às leis e regulamentos israelenses. Os investimentos chineses não contêm nenhuma agenda geopolítica oculta, nenhum vínculo político ou ameaça à segurança nacional de Israel. Tais calúnias se espalham diante dos fatos", escreveu.
"Israel é uma nação independente e soberana. A China respeita as legítimas preocupações de segurança de Israel, e não pretende prejudicar seu relacionamento especial com outros países", continuou.
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