Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, denunciou na quinta-feira (14) o que disse ser uma incursão de grupos treinados na Colômbia para atacar o sistema elétrico nacional e o processo eleitoral em 21 de novembro, e convocou as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) para aumentar a capacidade de inteligência no país sul-americano.
"Elevar a qualidade e capacidade da inteligência e contraespionagem para detectar grupos assassinos contratados treinados pelo governo de Iván Duque que entram com o objetivo de afetar o sistema elétrico, com ex-policiais e ex-militares da Venezuela e Colômbia, que são treinados na Colômbia com objetivos específicos, para atacar o sistema elétrico, para atacar objetivos estratégicos na Venezuela, para perturbar o clima eleitoral do país", disse Maduro durante um evento militar.
Maduro ratificou para as FANB a ordem de libertar na Venezuela grupos armados de traficantes de drogas terroristas (TANCOL) da Colômbia.
"Ratifiquei a ordem para que todas as Zonas de Defesa Integral ajustem os planos para garantir a libertação de todo o território venezuelano desses grupos armados de traficantes de drogas terroristas da Colômbia, para libertar a Venezuela 100% dos TANCOL", segundo o presidente da Venezuela.
Maduro garantiu que as principais ameaças contra seu país são dirigidas pelo presidente colombiano.
"Agora o que surgiu é o assassinato dessas crianças em Tibú [na Colômbia], o assassinato de mais de 1.800 venezuelanos declarado pelas autoridades colombianas, o homicídio, o desaparecimento forçado de mais de 860 venezuelanos na Colômbia, reconhecido por dados oficiais do Estado colombiano", acrescentou ele.
O chefe do Executivo venezuelano culpou Duque pela perseguição e ódio contra venezuelanos na Colômbia.
Na quarta-feira (13) Caracas anunciou que denunciaria Iván Duque perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) pelo extermínio de venezuelanos na Colômbia.
No fim de semana passado, um vídeo circulou nas redes sociais mostrando um menino de 12 anos e um menino de 18, ambos venezuelanos, de mãos atadas, enquanto eram filmados por cidadãos, que afirmam que seriam entregues às autoridades colombianas, mas que mais tarde apareceram mortos na estrada para o município de El Tarra, Norte de Santander, Colômbia.