O Air Force Times publicou na quarta-feira (13) documentos de uma investigação de segurança do acidente com um caça F-22 em 15 de maio de 2020, que foi anteriormente relatado ter caído devido a um "erro de manutenção cometido após a lavagem da aeronave", algo que "impactou as entradas de controle transmitidas para a aeronave".
Segundo os documentos, a pilotagem do caça de quinta geração desde a Base da Força Aérea de Eglin, no oeste da Flórida, EUA, tornou-se um pesadelo após a lavagem, obrigando o piloto a se ejetar, e acabando por cair no solo cerca de 20 km a nordeste da base em que estava estacionado.
Os problemas começaram imediatamente após a decolagem, com uma luz de alerta piscando na cabine de pilotagem, e o avião começando a virar para a esquerda de forma descontrolada. O piloto voltou a acelerar os motores e endireitou a aeronave após receber uma inspeção visual de um ala.
Pouco tempo depois, uma segunda luz de advertência começou a piscar, sinalizando dados de ar degradado, fazendo o F-22 virar novamente para a esquerda e inclinado para baixo, e deixando o avião em um estado "quase invertido", de acordo com o ala.
"Eu pensei que estava fora de controle naquele momento, e estava preocupado com a possibilidade de ter que me ejetar ali mesmo", disse o piloto aos investigadores. Ele decidiu continuar, no entanto, depois de recuperar o controle. Pouco depois, uma terceira luz de aviso piscou, indicando que a aeronave corria o risco de ficar sobrecarregada pelas forças g.
Nesse momento, o piloto voltou para trás e definiu o regresso a Eglin, mas o avião perdeu a capacidade de virar à esquerda, exigiu forte pressão para manter o nível, e mostrou leituras de altitude e velocidade defeituosas.
Colisão no ar evitada por pouco
Os documentos também revelaram que uma missão da Força Aérea para encontrar o local do acidente e o próprio piloto quase acabou em desastre depois que caças F-22 e F-35 Lightning II quase colidiram uns com os outros no ar durante a caótica operação de busca, que envolveu várias agências de controle de tráfego aéreo, relatou aos investigadores um instrutor do 43º Esquadrão de Combate que servia como supervisor de voo.
De acordo com o relatório do acidente, os F-35 foram enviados para o local do acidente para retransmitir as coordenadas às forças de busca e salvamento, mas nada foi encontrado. Um helicóptero local de excursão também tentou ajudar a encontrar o piloto, mas voltou para trás depois das autoridades locais terem sido informadas que ele estava bem, apenas tinha as pernas doridas e arranhões nas mãos.
A queda do F-22 resultou em mais de US$ 202 milhões (R$ 1,1 bilhão) em perdas, cita a mídia norte-americana.