Os destroços encontrados na proximidade de Holmsund durante medições no mar, a uma profundidade de 35 metros, foram identificados por uma equipe de mergulhadores, que viu o nome da embarcação, tanto no sino como no timão do navio, que também dizia "1877 London", e determinou que se tratava do navio de carga britânico Annie, que naufragou em 1891.
"Isso parece um museu de 150 anos que esteve fechado por 130 anos. Todas as coisas estão intactas e, devido à água salgada, toda a madeira está em bom estado de conservação. Destroços tão bem conservados ao longo da costa de Norrland são incomuns. O mar não é profundo lá, assim, o gelo empurra e destrói os naufrágios", explicou ao Museu dos Naufrágios o mergulhador Mikael Ronnkvist.
O Annie foi construído em Sunderland e tinha pouco mais de 70 metros de comprimento. Em sua última viagem, a bordo da embarcação a vapor havia 18 tripulantes.
A embarcação encalhou, sofreu danos no fundo do casco e entrou água. Uma embarcação de resgate chegou para tentar rebocá-la, mas os danos eram grandes demais e o Annie afundou. A tripulação foi resgatada.
O capitão e seu imediato foram acusados de terem agido com negligência pelas autoridades britânicas e foram condenados a seis meses de suspensão do serviço.
O arqueólogo Goran Ekberg, do Museu de Naufrágios da Suécia, alertou que os destroços poderiam ser saqueados, já que a maioria das relíquias restantes no navio e sua localização foram identificadas e reveladas.
"As pessoas não podem ajudar, mas [podem] saquear coisas como essa. Quanto mais você se adentra em um naufrágio, mais você pode levar para casa e colocar na estante ou vender", afirmou Ekberg à emissora SVT.
De acordo com o especialista, relógios, bússolas, louças e garrafas correm sérios riscos de serem roubados.