Astrônomos observam pela 1ª vez anã branca 'se ligando e desligando' em apenas 30 minutos

Astrônomos descobriram um novo fenômeno cósmico em que uma anã branca "se apaga e acende de novo" em um período de apenas 30 minutos.
Sputnik
A descoberta foi baseada em observações do telescópio espacial Tess (sigla em inglês para Satélite de Pesquisas de Exoplanetas em Trânsito) da NASA e efetuada por uma equipe de astrônomos da Universidade de Durham, Reino Unido junto com outros especialistas.
As anãs brancas são aquilo em que a maioria das estrelas se transforma depois de queimar todo o hidrogênio, o combustível que as alimenta.
Estes corpos celestes são aproximadamente do tamanho da Terra mas têm uma massa próxima da do Sol.
A anã branca observada pela equipe está se alimentando de um disco de acreção, que é a acumulação de matéria na superfície de um astro através da ação da gravidade de uma estela próxima, escreve Sky News.
Normalmente, quando a anã branca está "ligada", a estrela se alimenta do astro companheiro, emitindo intensamente brilho no espaço, mas às vezes o processo para e a estrela "se desliga", obscurecendo.
Nas novas observações, os astrônomos viram-na perder brilho em 30 minutos, um processo que foi anteriormente visto apenas em anãs brancas em acreção durante um período de vários dias ou vários meses.
Ilustração mostra sistema estelar binário de estrelas anãs, onde uma anã branca absorve o seu satélite maior, uma anã marrom
O brilho de uma anã branca em acreção é afetado pela quantidade de material circundante que ela acumula, por isso os pesquisadores sugerem que algo está interferindo com seu suprimento de "alimentos".
"Observar o brilho de TW Pictoris a diminuir drasticamente em 30 minutos é tão extraordinário que nunca foi visto em outras anãs brancas em acreção", disse o autor principal do estudo, Simone Scaringi, do Centro de Astronomia Extragaláctica de Durham.
Uma vez que o fluxo de material de uma estrela doadora para a estrela principal é gerido pela gravidade, ele deve permanecer relativamente constante, por isso não havia nenhuma razão óbvia para a luminosidade da estrela mudar em um período de tempo tão curto.
Os pesquisadores perceberam que o que estava acontecendo era algo que nunca tinha sido visto antes – repetidas e rápidas reconfigurações do campo magnético da superfície da anã branca.
O referido sistema binário é conhecido como TW Pictoris e está a cerca de 1.400 anos-luz da Terra.
De acordo com a nova pesquisa publicada na revista Nature Astronomy, a razão deste fenômeno é que a anã branca em causa possui um campo magnético excepcionalmente rápido que está girando tão depressa que bloqueia o fluxo de matéria da estrela doadora.
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