Na revista AIP Advances, um pesquisador da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, tenta esclarecer, exatamente, quanta desta informação está presente no exterior e apresenta uma estimativa numérica da quantidade de informação codificada em toda a matéria visível no Universo – aproximadamente 6 vezes 10 elevado a 80 bits de informação.
Embora não seja a primeira estimativa desta natureza, a abordagem deste estudo se baseia na teoria da informação.
"A capacidade de informação do Universo tem sido um tema de debate há mais de meio século [...] Houve várias tentativas de estimar o conteúdo de informação do Universo, mas neste artigo descrevo uma abordagem única que propõe, adicionalmente, quanta informação poderia ser comprimida em uma única partícula elementar", explicou o autor da pesquisa, Melvin M. Vopson, citado pelo portal Phys.org.
Para produzir tal estimativa, o autor usou a teoria da informação de Shannon para quantificar o volume de informação codificada em cada partícula elementar no Universo observável como 1,509 bits de informação. O matemático Claude Shannon, chamado o Pai da Era Digital devido a seu trabalho na teoria da informação, definiu este método para quantificar a informação em 1948.
"É a primeira vez que esta abordagem foi adotada para medir o conteúdo informativo do Universo, e ela fornece uma previsão numérica clara [...] Mesmo que não seja totalmente precisa, a previsão numérica oferece um caminho potencial para testes experimentais", disse o especialista, citado na matéria.
Estudos recentes lançam luz sobre as maneiras como a informação e a física interagem, por exemplo, como a informação sai de um buraco negro. Porém, o significado físico preciso da informação permanece incerto, apesar de várias teorias radicais afirmarem que a informação em si é física e pode ser medida.
Em seus trabalhos anteriores, Vopson considerou que a informação é um quinto estado da matéria, junto com os estados sólido, líquido, gasoso e plasmático, e que a matéria escura elusiva poderia ser informação.