O ex-presidente Michel Temer (MDB) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticaram nesta quinta-feira (21) a proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de pagar parte do Auxílio Brasil fora do teto de gastos.
Na quarta-feira (20), o presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), confirmou o valor de R$ 400 para o programa, que substituirá o Bolsa Família.
"Lá fora, as pessoas que têm trilhões de dólares para investir em atividade produtiva em um país onde haja segurança jurídica, eles estão olhando como nos comportamos fiscalmente. Se você derrubar o teto, isso vai ter uma repercussão negativa lá fora", disse o ex-presidente, citado pelo jornal O Globo.
Doria, por sua vez, disse que um economista responsável não pode defender furar teto.
"Furar teto é crime de responsabilidade. Crime de responsabilidade que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff [PT] [...]. Economize o dinheiro. Faça as reformas para ter dinheiro para o auxílio emergencial. Para fazer aquilo que não foi feito em dois anos e meio de governo: proteção aos mais pobres, geração de empregos aos mais vulneráveis. E não furar teto. Sou absolutamente contrário a isso", frisou o governador de São Paulo.
O governador de São Paulo, João Doria, recebe os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e, no vídeo, Michel Temer e José Sarney, São Paulo, 31 de julho de 2021
© Folhapress / Bruno Santos
Secretários de Guedes pedem demissão
O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira (21). A decisão foi comunicada pelo Ministério da Economia.
"Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país", afirma a nota, reproduzida pelo jornal.
A pasta disse que a decisão é pessoal. As demissões ocorrem em momento de descontentamento da equipe econômica com a mudança no teto de gastos para acomodar despesas com o novo Auxílio Brasil.