Nesta quinta-feira (21), durante visita à Colômbia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, anunciou um acordo regional em toda a Amazônia visando reduzir o desmatamento e proteger terras indígenas, segundo a Folha de São Paulo.
O intuito do pacto é propor uma "nova parceria regional focada especificamente em lidar com o desmatamento impulsionado por commodities", disse Blinken. Complementando que a iniciativa vai "fornecer informações" a empresas, para que possam reduzir sua dependência do desmatamento.
De acordo com a mídia, o pacto também deve incluir apoio financeiro para ajudar na manutenção de áreas indígenas protegidas e na subsistência de pequenos agricultores.
Mais cedo em 6 de outubro deste ano no Congresso norte-americano foi apresentado um projeto de lei Forest Act 2021 (Lei Florestal 2021), cujo objetivo proclamado é parar com altos índices de desmatamento no mundo. O projeto visa barrar a importação de commodities de países com índices altos de desmatamento florestal se o produtor local e o importador nos EUA não comprovarem que a origem e toda a cadeia produtiva do produto não são ligadas ao desmatamento ilegal.
Porém, os analistas consultados pela Sputnik Brasil apontaram o caráter econômico e protecionista da iniciativa alegando as dificuldades que os EUA possuem em competir com a eficiência dos produtores brasileiros.
"O americano ao invés de vender a soja dele a US$ 20 [R$ 110], vai vender a US$ 50 [R$ 275]. O europeu vai vender a carne dele por uma fortuna [...]. O Brasil hoje é um equilíbrio nessa questão alimentar no mundo. É o Brasil que vai dar resposta para que as pessoas não morram de fome", afirmou na altura Glauber Silveira, engenheiro agrônomo, vice-presidente da Abramilho e presidente da Câmara Setorial da Soja, explicando que tais restrições só visam beneficiar os produtores locais, neste caso os norte-americanos.