Colômbia confisca bens de empresário e diplomata da Venezuela extraditado para EUA

O país latino-americano instaurou dois processos por lavagem de dinheiro contra Alex Saab, empresário e diplomata de nacionalidade venezuelana, que foi preso em Cabo Verde.
Sputnik
A Colômbia está realizando dois processos para confiscar os bens do empresário Alex Saab, extraditado de Cabo Verde para os EUA, e que é acusado de lavagem de dinheiro com a administração de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, disseram as autoridades do país, relata na sexta-feira (21) a emissora RCN Radio.
"Entramos com dois processos contra Alex Saab, que já estão muito claros e estabelecidos pelo Ministério Público e pelo juiz, que pediu julgamento em 25 de outubro", revelou Francisco Barbosa, procurador-geral do país, no âmbito da Cúpula de Promotores e Procuradores-Gerais 2021, em Cartagena, norte da Colômbia, de acordo com seu gabinete.
Barbosa acrescentou que as "ações concretas quanto à questão da perda de propriedade e assuntos criminais" contra Saab foram priorizadas pelo funcionário após sua chegada à procuradoria-geral da Colômbia em fevereiro de 2020.
Pessoas caminham para o Tribunal C. Clyde Atkins, no qual Alex Saab, empresário acusado de lavagem de dinheiro em nome do governo da Venezuela, será acusado no tribunal federal da Flórida no centro de Miami, Flórida, EUA, 18 de outubro de 2021
Ele também indicou que existe uma aliança com os EUA para esclarecer os fatos pelos quais o empresário está sendo investigado.
"Temos mecanismos de cooperação judicial com os Estados Unidos para estabelecer se há pessoas que ignoraram a lei colombiana ou fazem parte de uma rede criminosa que cometeu crimes no país. O Ministério Público investigará cada um desses fatos", disse ele em referência a Alex Saab e a um grupo de empresas de fachada sediadas na Colômbia que teriam participado da lavagem de dinheiro da qual ele é acusado.
Saab, de 49 anos, é um advogado colombiano e empresário de ascendência libanesa de nacionalidade venezuelana, que foi detido em Cabo Verde por 16 meses como parte de um longo processo judicial, no qual, segundo a Venezuela, advogados e parentes foram impedidos de vê-lo e verificar seu estado de saúde. Depois disso, o país africano concordou em executar o pedido de extradição dos EUA no sábado (23).
O governo venezuelano, que afirma que Saab é um de seus diplomatas, descreve a extradição do empresário para os EUA como um sequestro e acusa Cabo Verde de ser cúmplice na ação.
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