O chanceler cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, rejeitou as declarações de um alto funcionário do governo norte-americano e reafirmou que a ilha não ficará impressionada com as ameaças de Washington.
Um alto funcionário do governo dos EUA, em ato aberto de ingerência, volta a cometer o erro de ameaçar Cuba. Além de constituir um ato contrário à Carta das Nações Unidas, a história mostra que nós, cubanos, não aceitamos, nem deixamos nos impressionar por ameaças.
Em sua mensagem, o chanceler não menciona o nome do funcionário do governo norte-americano a quem se refere, nem especifica que tipo de ameaça foi lançada contra Cuba.
Na sexta-feira (22), o principal assessor para a América Latina do presidente dos EUA, Joe Biden, o colombiano Juan González, garantiu que Washington responderia com sanções se os "direitos fundamentais" do povo cubano fossem violados ou se os promotores da manifestação de oposição marcada para 15 de novembro fossem processados. O governo da ilha já desautorizou essa manifestação, afirmando que é ilegal.
"O futuro de Cuba não será determinado por Washington, [mas] estamos totalmente comprometidos em apoiar, respaldar e fortalecer a voz do povo cubano que deseja mudanças", disse González à agência EFE.
Veículos tombados durante manifestação contra as autoridades em Havana, Cuba
© AFP 2023 / Yamil Lage
Marcha é uma 'farsa'
O diretor-geral para assuntos dos EUA do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Carlos Fernández de Cossío, culpou Washington pela organização da manifestação da oposição na ilha.
Na terça-feira (13), membros de uma comunidade cubana exilada em North Bergen, Nova Jersey, nos EUA, reagiram aos relatos de protestos em Cuba contra a deterioração da economia do país.
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"É difícil para alguém ainda ter dúvidas sobre quem está por trás da farsa da marcha. É muito difícil para alguém pensar que um governo que se respeite permitiria uma provocação desestabilizadora dessa natureza por parte de uma potência estrangeira", disse Cossío.
A mobilização da oposição é convocada em oito das 16 províncias da ilha pela plataforma digital Arquipélago, sem reconhecimento legal no país.
O governo cubano rejeitou a marcha alegando que essas mobilizações buscam gerar instabilidade e crise na ilha.