O deputado democrata norte-americano, Hank Johnson, afirmou que a ala progressista do partido continuará buscando meios para tentar conter ações antidemocráticas e contra o meio ambiente executadas pelo governo de Jair Bolsonaro no Brasil, segundo a Folha de São Paulo.
"Não podemos estabelecer um precedente pelo qual um país cujo presidente é acusado de crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional [TPI] seja capaz de se juntar a organizações internacionais cada vez mais importantes. Não sem responsabilização, transparência e reformas", disse Johnson à mídia.
De acordo com o parlamentar, membros do Congresso norte-americano buscam "aumentar a conscientização sobre as principais questões que afetam o Brasil" ao pedirem ao governo Biden "para agir proativamente contra o retrocesso democrático e a degradação ambiental no país".
"Há muitos questionamentos se o Brasil poderia se tornar um membro permanente da OCDE [Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico]. Precisamos ter um olhar mais atento a essa questão até que o governo Bolsonaro melhore seus indicadores em ambiente, democracia e direitos humanos."
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, fala durante cerimônia para marcar os 1.000 dias de governo no Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, 27 de setembro de 2021
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Indagado se o mandatário brasileiro poderia tomar alguma ação efetiva para provar que deixou as atitudes antidemocráticas para trás, o deputado responde que "a janela de oportunidades está aí, mas se ele a utilizará é outra questão" e deu alguns exemplos do que poderia ser feito.
"Ele poderia começar encerrando a realocação involuntária de comunidades indígenas e quilombolas no Brasil e parar com seu esforço atual para tentar reverter o excepcionalmente seguro sistema de votação para o menos confiável e antigo uso de cédulas de papel [...]", disse Johson.
No dia 14 de outubro, o deputado enviou uma carta ao governo Biden, pedindo um recuo nas relações bilaterais entre os dois países, especialmente em relação à OTAN, até que um novo líder brasileiro fosse eleito. O documento foi assinado por outros 63 parlamentares democratas.
Segundo a míida, a Embaixada do Brasil em Washington respondeu a Johnson dizendo que a missiva enviada por ele continha inverdades e pediu retratação.
O parlamentar rebateu declarando que recebeu a resposta, mas que continuará "os esforços para ampliar as questões relativas a direitos humanos, democracia e proteção ambiental no Brasil e no mundo".