A Finlândia, como parceira próxima da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e uma potência regional, pode promover o diálogo entre a Aliança Atlântica e a Rússia, afirmou o secretário-geral do bloco, Jens Stoltenberg, nesta segunda-feira (25).
"A Rússia é nossa vizinha. A Rússia está investindo pesadamente em novas capacidades nucleares modernas. Precisamos reduzir as tensões e, principalmente, em tempos difíceis, como agora, é ainda mais importante falar com a Rússia. E, portanto, também saúdo o fato de que a Finlândia desempenha um papel importante na busca e na capacidade de ter um diálogo significativo com a Rússia. E isso também pode ajudar a OTAN no nosso envolvimento com a Rússia", afirmou Stoltenberg durante conferência de imprensa conjunta com o presidente finlandês Sauli Niinisto.
Stoltenberg enfatizou que a "relação pragmática" da Finlândia com a Rússia está em linha com a estratégia combinada da OTAN, que envolve um diálogo substancial com Moscou.
"A Finlândia é um parceiro, não um membro da OTAN", sublinhou o secretário-geral da Aliança Atlântica quando questionado se a OTAN iria intervir no caso de um ataque armado contra a Finlândia. "Se não for membro da Aliança, então o Artigo 5 [do Tratado do Atlântico Norte] sobre defesa coletiva não se aplica", complementou.
Stoltenberg fez questão de frisar que "as portas da aliança estão abertas, mas essa deve ser uma decisão finlandesa".
Relações tensas com Rússia
No início do mês, a Aliança Atlântica anunciou que decidiu negar a "oficiais de inteligência russos não declarados" acreditação oficial na OTAN e reduziu o número dos representantes da delegação russa para dez.
Stoltenberg argumentou que o bloco teve que agir contra crescentes "atividades malignas", após ter expulsado membros da delegação de Moscou por suposta espionagem.
Em 18 de outubro, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, anunciou que a Rússia, em resposta às medidas da OTAN, suspenderia as atividades da missão russa junto da sede da aliança, o mesmo acontecendo com o escritório de informação da OTAN em Moscou.
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, após encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres, 25 de setembro de 2021
© Sputnik / Ministério das Relações Exteriores da Rússia
O chanceler russo sublinhou que a suspensão das atividades da missão da OTAN em Moscou foi uma resposta forçada após "passos da OTAN" e acrescentou que Moscou acredita que é a aliança que deve dar os primeiros passos para melhorar as relações com a Rússia.