Trata-se dos bacteriófagos, também conhecidos como fagos que é um ser que pertence ao grupo dos vírus que infeta apenas bactérias.
Eles controlam as populações bacterianas tanto em terra como na água. Além disso, estes organismos eliminam todos os dias até 40% das bactérias nos oceanos, o que ajuda a controlar a sua propagação e a redistribuição da matéria orgânica, aponta a bióloga Miriam Frankel em seu artigo publicado no jornal The Conversation.
Pesquisas recentes apontam que os fagos podem ser os únicos modificadores genéticos da natureza. Eles criam novos genes que as células podem modificar para obter novas funções.
"Sua capacidade de matar seletivamente as bactérias tem entusiasmado os médicos. Os fagos naturais e modificados têm sido usados com sucesso para tratar as infeções bacterianas que não respondem aos antibióticos. Este processo, conhecido como fagoterapia, pode ajudar a combater a resistência aos antibióticos", explica a autora.
O que são os fagos?
A maioria dos fagos têm uma camada rígida chamada cápside que contém o seu material genético. Em muitos casos, a "carapaça" tem mais espaço do que o fago precisa para armazenar o DNA essencial para sua replicação.
Por este motivo, os fagos têm espaço para transportar uma bagagem genética adicional: genes que não são necessários para a sobrevivência do fago e que podem se modificar à vontade.
Bactérias (imagem referencial)
© Foto / Pixabay / qimono
Existem dois tipos diferentes de fagos. Os virulentos, que operam em um programa de invasão-replicação-destruição. Entram na célula, pegam seus componentes, fazem cópias de si mesmos e se autodestroem.
Por sua vez, os fagos moderados funcionam a longo prazo. Eles combinam seu DNA com o da célula e podem permanecer inativos por anos até que algo desencadeia a sua ativação. Depois, voltam a um comportamento virulento: replicam-se e autodestroem-se.
Reparando de DNA
As células bacterianas também querem saber se seu DNA está sendo afetado. Caso isso aconteça, eles ativam um conjunto de genes que tentam reparar o DNA. Este processo é conhecido como resposta SOS bacteriana.
"Por isso, embora possa estar habituado a pensar nos vírus como vilões por excelência, pode-se dizer que são os motores da natureza para a inovação genética. É provável que os humanos estejam aqui por causa deles", conclui Frankel.