O chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Mark Milley, declarou nesta quarta-feira (27) que o recente lançamento chinês de um míssil hipersônico deixou Washington muito preocupado. O general chegou a comparar o significado do feito com o lançamento do primeiro satélite artificial, o Sputnik, pela URSS, que alarmou o então governo norte-americano, ao mostrar que Washington estava perdendo a corrida espacial.
"O que vimos foi um evento muito significativo de um teste de um sistema de armas hipersônicas. E é muito preocupante. Não sei se é exatamente um momento Sputnik, mas acho que está muito próximo disso. Tem toda nossa atenção", afirmou Milley em entrevista à agência Bloomberg.
O chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA prosseguiu destacando o progresso que a China tem feito em seu desenvolvimento, não só no espaço, mas também em todos os domínios militares tradicionais: ar, terra e mar, lançando regularmente novos modelos de veículos, armamentos e equipamento. Milley ressaltou que a nação asiática será, sem dúvida, "o maior desafio geoestratégico" para os EUA nos próximos dez a 25 anos.
"Eles passaram de um exército de infantaria baseado em camponeses que era muito, muito grande em 1979 para um exército muito capaz que cobre todos os domínios e tem ambições globais."
Armas hipersônicas
Na semana passada, a Marinha dos EUA anunciou que conduziu um teste de armas com o Exército norte-americano que demonstrou tecnologias e capacidades hipersônicas avançadas. Foram realizados com sucesso três testes com protótipos de componentes de armas hipersônicas.
Os testes ocorrem dias após o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmar que está preocupado com os mísseis hipersônicos supostamente testados na China.
Em 20 de outubro, a chancelaria chinesa afirmou que não realizou um teste de arma e sim uma verificação de rotina de uma espaçonave.