No início se considerava que o sinal poderia ter sido originado de um processo astrofísico desconhecido ou de uma possível civilização alienígena, mas uma pesquisa mais profunda mostrou que BLC1 é provavelmente uma interferência de origem terrestre. Os resultados do estudo foram publicados na revista Nature Astronomy.
O sinal foi detectado durante uma análise de observações de rádio de Proxima Centrauri, realizadas pelo observatório australiano Parkes. Proxima Centauri é a estrela mais próxima do Sol e se localiza a uma distância de apenas 4,22 anos-luz da Terra, avança portal Phys.org.
A estrela abriga um exoplaneta chamado Proxima Centauri b que provavelmente também é rochoso, tal como o nosso planeta, e está localizado em uma zona habitável, e é por isso que o misterioso sinal criou tanta intriga. Os astrônomos determinaram que o BLC1 veio desta direção e era de banda estreita.
"Hoje estamos prontos para informar que BLC1, infelizmente, não é um sinal de vida inteligente de fora da Terra. Em vez disso, é uma interferência de rádio que imita quase perfeitamente o tipo de sinal de procurávamos", observam pesquisadores.
BLC1 despertou o interesse dos astrônomos, pois tinha claros sinais de origem tecnogênica, ou seja, de ter sido criado por tecnologia. Tinha uma largura de espectro de cerca de um giga-hertz (GHz), que não reproduz nenhum objeto astrofísico de origem natural.
Outro marcador para os cientistas foi que a frequência do sinal misterioso mudava lentamente durante um período de cinco horas. O BLC permaneceu durante várias horas, o que o distinguia de interferências causadas por satélites artificias e aeronaves. Assim sendo, todos os dados apontavam a que o sinal tinha origem alienígena.
No entanto, cientistas fizeram uma busca por toda a banda de frequências e encontraram sinais semelhantes na Terra, cujas características, segundo os autores, estão matematicamente relacionadas com BLC1.
"Não sabemos exatamente de onde veio BLC1, ou por que não foi detectado nas observações fora da fonte como os sinais parecidos. O nosso melhor palpite é que BLC1 e sinais parecidos são criados por um processo chamado intermodulação, em que duas frequências se misturam criando uma nova interferência", conclui a pesquisa.