O Ministério das Relações Exteriores iraniano afirmou nesta sexta-feira (29) que as novas sanções dos EUA impostas desta vez contra o programa de drones militares de Teerã contradizem a afirmação de Washington de que o governo do presidente norte-americano Joe Biden procura um retorno ao acordo nuclear, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).
"A imposição de novas sanções reflete o comportamento completamente contraditório da Casa Branca [que] fala de sua intenção de retornar ao acordo nuclear e continua a impor sanções", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Saeed Khatibzadeh, citado pela agência Reuters.
Horas antes, os EUA anunciaram novas sanções contra o Irã, que visaram empresas e pessoas ligadas ao programa de drones de Teerã.
Drone iraniano sendo lançado enquanto transporta um míssil durante exercícios militares
© AFP 2023 / Corpo Revolucionário da Guarda Islâmica do Irã
De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, a República Islâmica "usou drones fatais e promoveu a proliferação [deles] entre os grupos apoiados" por Teerã, como o Hezbollah, do Líbano, o palestino Hamas e o movimento iemenita houthi, "assim como na Etiópia, onde a crise está se agravando e ameaça desestabilizar toda a região". O Irã diz que seu programa de drones é para fins defensivos.
As novas sanções são as mais recentes em mais de mil restrições emitidas por Washington contra o Irã nos últimos anos e ocorrem dias após o Irã anunciar que está disposto a retomar as negociações com os EUA em novembro para salvar o acordo nuclear.
Na quarta-feira (27), o negociador nuclear iraniano Ali Baqeri-Kani anunciou que Teerã retornaria às negociações de Viena antes do final de novembro, com uma data exata prevista para ser anunciada no final da próxima semana.