Neste sábado (30), a organização aconselhou os EUA e outros países a reconhecerem seu governo no Afeganistão, dizendo que se tal medida não for adotada, terá consequências para "Washington e para o resto do mundo", segundo a Reuters.
"Nossa mensagem para a América é, se o não reconhecimento continuar e os problemas do Afeganistão continuarem, é o problema da região [EUA] e pode se transformar em um problema para o mundo", disse o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, a jornalistas durante coletiva de imprensa hoje (30).
Na visão de Mujahid, o reconhecimento é um direito do povo afegão, e para o porta-voz os EUA só invadiram o país da Ásia Central porque não havia laços diplomáticos estabelecidos.
"Essas questões que causaram a invasão poderiam ter sido resolvidas por meio de negociação ou por meio de um compromisso político."
Segundo a mídia, Mujahid também falou longamente sobre os problemas enfrentados nas travessias de fronteira, especialmente com o Paquistão, que viu fechamentos e protestos frequentes nos últimos dias.
O Ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi, cumprimenta o Ministro das Relações Exteriores do governo provisório afegão do Talibã, Amir Khan Muttqi, após sua chegada a Cabul, Afeganistão, em 21 de outubro de 2021
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O porta-voz declarou que conversas sérias sobre o assunto foram realizadas quando o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi, viajou para o Afeganistão na semana passada.
As travessias entre Cabul e Islamabad são cruciais para o país afegão que não possui litoral.