Os EUA responderão a ações hostis do Irã, incluindo com ataques de drones, declarou no domingo (31) Joe Biden, presidente dos EUA.
Durante uma coletiva de imprensa sobre os resultados da cúpula do G20 em Roma, Itália, o líder norte-americano sublinhou que os EUA se reservam o direito de responder a quaisquer "ações" que Irã tomar.
"Acerca da questão sobre como vamos responder às ações tomadas por eles contra os interesses dos EUA, haja ou não ataques de drones ou algo diferente, é que vamos continuar respondendo", disse Biden aos repórteres.
Em 20 de outubro a base norte-americana Al-Tanf na Síria foi atacada com drones, não havendo nenhum grupo que tomou responsabilidade sobre o evento.
Na segunda-feira (25) a agência norte-americana Associated Press citou funcionários dos EUA, que acreditavam que Irã era o culpado do ataque. Segundo os relatos, o ataque teria envolvido cinco drones mirando tropas dos EUA e das forças de oposição da Síria.
Joe Biden, presidente dos EUA, durante declaração conjunta com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, sobre tarifas de aço e alumínio, à margem da cúpula dos líderes do G20 em Roma, Itália, 31 de outubro de 2021
© REUTERS / Kevin Lamarque
Em 27 de junho Biden ordenou às Forças Armadas dos EUA que realizem "ataques aéreos defensivos de precisão" ao longo da fronteira entre a Síria e o Iraque, atingindo instalações supostamente utilizadas por organizações militares apoiadas pelo Irã. Os bombardeios foram relatados como sendo represálias contra anteriores ataques a americanos e suas bases militares no Iraque.
Potencial nuclear do Irã
Joe Biden também instou os aliados dos EUA a aplicar pressão no Irã, que poderia incluir um preço econômico a Teerã por não regressar ao acordo nuclear, ou Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).
"Nos juntamos para reiterar nossa crença conjunta que a diplomacia é a melhor forma de prevenir o Irã de obter uma arma nuclear, e discutimos como melhor encorajar Irã a retomar negociações sérias e em boa fé", afirmou o presidente dos EUA durante um encontro anterior com líderes dos Estados-membros europeus do JCPOA, Reino Unido, França e Alemanha.
O JCPOA foi assinado em julho de 2015 pela Alemanha, China, EUA, França, Irã, Reino Unido, Rússia e a União Europeia, com o objetivo de limitar as ambições nucleares do país persa. No entanto, em 2018, com a administração de Donald Trump, Washington abandonou o acordo e aplicou sanções a Teerã, levando o governo iraniano a começar a aumentar gradualmente o enriquecimento de urânio, considerado um passo para obter armas nucleares.
A administração de Joe Biden sinalizou maior abertura para negociação com o Irã, mas se recusou a retirar a maior parte das sanções, inclusive impondo algumas novas restrições ao país.