O fenômeno foi visível a partir da Terra em outubro de 2020, atingindo seu brilho máximo em poucos dias e desaparecendo em apenas um mês, segundo um estudo publicado no portal de pré-impressão arXiv.
Estas explosões repentinas e brilhantes são conhecidas como transientes ópticos azuis rápidos (FBOT, na sigla em inglês). O episódio detectado em 2020 foi denominado "camelo" (um jogo com seu nome técnico ZTF20acigmel). As fortes ondas da explosão continuaram se gerando inclusive meses após a luz visível ter desaparecido.
Os pesquisadores descobriram que "o camelo" também brilhava intensamente em frequências de rádio, sugerindo que a explosão atravessou o espaço profundo em alta velocidade, provavelmente a mais de 160 milhões de quilômetros por hora.
São precisamente esses fluxos de raios X que indicam aos astrônomos que "o camelo" foi um evento cósmico extremo, como a formação de um buraco negro ou uma estrela de nêutrons.
"Nosso trabalho sugere que a emissão de luz em milímetros, rádio e raios X é uma característica genérica dos transientes (FBOT) com curvas de luz ótica rápidas e luminosas", segundo os pesquisadores.
Os cientistas concluíram que as "explosões energéticas em ambiente denso podem representar uma população significativa de transientes extragalácticos".