Foi na cúpula do G20 em Roma, neste final de semana (30 e 31), que aconteceu o primeiro encontro entre líderes de França e Austrália desde que Camberra desfez o acordo multimilionário para construções de submarinos com Paris e se declarou parte da nova aliança militar AUKUS, junto ao Reino Unido e os EUA no mês de setembro.
Durante o evento, o presidente francês, Emmanuel Macron, foi questionado se achava que o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, havia mentindo para ele sobre o cancelamento do contrato, Macron respondeu: "Eu não acho, eu sei", de acordo com a Reuters.
"Tenho muito respeito e muita amizade pelo seu povo. Só digo que quando temos respeito, você tem que ser verdadeiro e se comportar de acordo, e de forma consistente, com esse valor", complementou o presidente.
Por sua vez, Morrison afirmou em entrevista coletiva no mesmo evento que não mentiu e que havia explicado anteriormente a Macron que os submarinos convencionais não atenderiam mais às necessidades da Austrália, entretanto, ressaltou que o processo de reparação dos laços entre os dois países havia começado.
Quem atribuiu comentários mais enfáticos ao caso foi o vice-primeiro-ministro australiano, Barnaby Joyce, o qual declarou que não havia "desfigurado a Torre Eiffel" ou algo do gênero, e sim, apenas cancelado um contrato.
"Não roubamos uma ilha, não desfiguramos a Torre Eiffel. Foi um contrato. Os contratos têm termos e condições, e um desses termos, condições e proposições é que você pode sair do contrato", disse Joyce.
A mídia relata que os comentários do vice-primeiro-ministro aconteceram poucas horas antes da chanceler australiana, Marise Payne, se encontrar com o embaixador da França em Camberra.
Payne relatou que a reunião de uma hora se concentrou nos esforços para reparar o relacionamento.