Irã diz estar pronto para cooperar em mecanismos de apoio ao Afeganistão, mas não com os EUA

Teerã está pronto para trabalhar com o Afeganistão, mas apenas com um plano liderado pelas Nações Unidas, ou por países da região, informou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã.
Sputnik
Em uma entrevista à agência de notícias Mehr na segunda-feira (1°), Saeed Khatibzadeh reiterou a posição da República Islâmica ante a situação no Afeganistão, apontando que o Irã rejeita qualquer tentativa de atores terceiros de imporem um mecanismo "unilateral" no país da Ásia Central.
"O que a República Islâmica do Irã enfatizou é que apoiamos e participamos de qualquer mecanismo regulado sem interferência de países trans-regionais", declarou Khatibzadeh. O porta-voz iraniano afirmou que o Irã nunca se juntaria a qualquer mecanismo de apoio ao Afeganistão que tenha sido criado por um país de fora da região, e muito menos pelos EUA.
Trabalhador do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados empurra carrinho com provisões para centro de distribuição de ajuda alimentar em Cabul, Afeganistão, 28 de outubro de 2021
Contudo, ao mesmo tempo, Khatibzadeh sublinha que Teerã está pronto para cooperar com outros países da ONU. Na semana passada, ocorreu no Irã o segundo encontro entre chanceleres de países vizinhos do Afeganistão, juntando diplomatas da China, do Paquistão, do Tajiquistão, do Turquemenistão, do Uzbequistão e da Rússia.
Falando por videoconferência, o chanceler russo, Sergei Lavrov, instou os países mencionados a recusarem abrigar tropas dos EUA e da OTAN.
"Apelamos novamente aos países vizinhos do Afeganistão que evitem a presença militar dos EUA e da OTAN em seu solo, visto que os EUA estão planejando se mover para lá após a retirada militar do Afeganistão", disse Lavrov.
Após quase 20 anos de guerra, o Afeganistão foi de novo tomado pelo Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) em meados de agosto de 2021. Contudo, até hoje, grande parte da comunidade internacional ainda não reconhece o governo do grupo insurgente.
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