Na quarta-feira (3), o Departamento de Comércio dos EUA comunicou que incluirá a empresa israelense NSO Group em sua lista negra de empresas envolvidas em atividades "contrárias à segurança nacional ou aos interesses da política externa dos EUA".
Além disso, citou evidências de que a empresa "desenvolveu e forneceu software espião a governos estrangeiros que utilizaram estas ferramentas para atacar maliciosamente funcionários governamentais, jornalistas, empresários, ativistas, acadêmicos e funcionários de embaixadas".
Fazer parte da lista significa que as exportações para os EUA estão restringidas. Em todo o caso, os fornecedores teriam que solicitar primeiro uma licença, muito difícil de obter.
Logotipo da empresa israelense NSO Group no prédio em que tinha escritórios, em Herzliya, Israel (foto de arquivo)
© AP Photo / Daniella Cheslow
Um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano declarou à Reuters que não estão "tomando medidas contra os países ou governos onde se encontram essas empresas".
A NSO Group é alvo de polêmicas desde que foi descoberto que seu software espião, Pegasus, é supostamente utilizado por alguns governos para espionar políticos, jornalistas e ativistas.
Por sua vez, a empresa afirmou que "está surpreendida pela decisão" e assegurou que suas tecnologias "apoiam os interesses e políticas de segurança nacional dos EUA ao prevenir o terrorismo e o crime".
"Portanto, apelaremos para que esta decisão seja revertida", precisou em comunicado, citado pelo jornal The Times of Israel.
"Esperamos apresentar a informação completa sobre como contamos com os mais rigorosos programas de conformidade e de direitos humanos do mundo, baseados nos valores norte-americanos que compartilhamos profundamente, e que já resultaram em múltiplas rescisões de contratos com agências governamentais que fizeram mau uso de nossos produtos", adicionou o grupo.