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Bolsonaro presta depoimento à PF e diz que não interferiu politicamente na corporação

O presidente Jair Bolsonaro, acompanhado do vice-presidente Hamilton Mourão, participa de cerimônia de anúncio de avanços no programa Casa Verde Amarela, de habitação popular. No palácio do planalto, 22 de outubro de 2021
Após seguidas prorrogações, presidente finalmente foi recebido na PF para dar depoimento sobre sua suposta interferência para beneficiar familiares e aliados que estavam sob investigação.
Sputnik
Na noite de terça-feira (3), a Polícia Federal tomou depoimento do presidente, Jair Bolsonaro, no âmbito das investigações que apuram sua suposta tentativa de interferência política na corporação para proteger familiares e aliados, segundo o G1.
No mês passado, o ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou prazo de 30 dias para a PF receber presencialmente o depoimento do presidente.
Durante suas declarações, Bolsonaro disse que não interferiu na PF e que trocou o então diretor-geral, Maurício Valeixo, no ano passado, por "falta de interlocução".
"[O presidente] confirma que em meados de 2019 solicitou ao ex-ministro, Sergio Moro, a troca do diretor-geral da Polícia Federal Valeixo, em razão da falta de interlocução que havia entre o presidente da República e o diretor da Polícia Federal, e que não havia qualquer insatisfação ou falta de confiança com o trabalho realizado por Valeixo, apenas uma falta de interlocução", registou a PF no depoimento de Bolsonaro.
Ainda de acordo com a corporação, o mandatário declarou que "nunca teve como intenção, com a alteração do diretor-geral, obter informações privilegiadas de investigações sigilosas ou de interferir no trabalho de Polícia Judiciária ou obtenção diretamente de relatórios produzidos pela Polícia Federal".
Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (à esquerda) gesticula ao lado do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (à direita),  durante cerimônia de divulgação do pacote anticrime, em 3 de outubro de 2019
Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (à esquerda) gesticula ao lado do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (à direita), durante cerimônia de divulgação do "pacote anticrime", em 3 de outubro de 2019
O inquérito referente ao caso foi aberto pelo STF em abril de 2020 a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), e tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.
Segundo Moro, Bolsonaro tentou interferir em investigações da PF ao cobrar a troca do chefe da instituição no Rio de Janeiro e ao exonerar Valeixo, indicado pelo juiz.
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