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Bolsonaro presta depoimento à PF e diz que não interferiu politicamente na corporação

Após seguidas prorrogações, presidente finalmente foi recebido na PF para dar depoimento sobre sua suposta interferência para beneficiar familiares e aliados que estavam sob investigação.
Sputnik
Na noite de terça-feira (3), a Polícia Federal tomou depoimento do presidente, Jair Bolsonaro, no âmbito das investigações que apuram sua suposta tentativa de interferência política na corporação para proteger familiares e aliados, segundo o G1.
No mês passado, o ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou prazo de 30 dias para a PF receber presencialmente o depoimento do presidente.
Durante suas declarações, Bolsonaro disse que não interferiu na PF e que trocou o então diretor-geral, Maurício Valeixo, no ano passado, por "falta de interlocução".
"[O presidente] confirma que em meados de 2019 solicitou ao ex-ministro, Sergio Moro, a troca do diretor-geral da Polícia Federal Valeixo, em razão da falta de interlocução que havia entre o presidente da República e o diretor da Polícia Federal, e que não havia qualquer insatisfação ou falta de confiança com o trabalho realizado por Valeixo, apenas uma falta de interlocução", registou a PF no depoimento de Bolsonaro.
Ainda de acordo com a corporação, o mandatário declarou que "nunca teve como intenção, com a alteração do diretor-geral, obter informações privilegiadas de investigações sigilosas ou de interferir no trabalho de Polícia Judiciária ou obtenção diretamente de relatórios produzidos pela Polícia Federal".
Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (à esquerda) gesticula ao lado do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (à direita), durante cerimônia de divulgação do "pacote anticrime", em 3 de outubro de 2019
O inquérito referente ao caso foi aberto pelo STF em abril de 2020 a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), e tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.
Segundo Moro, Bolsonaro tentou interferir em investigações da PF ao cobrar a troca do chefe da instituição no Rio de Janeiro e ao exonerar Valeixo, indicado pelo juiz.
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