Ciro Gomes (PDT) anunciou hoje (4) que suspendeu a sua pré-candidatura à presidência da República depois que seu partido, o Partido Democrático Trabalhista, votou, em grande maioria, a favor da PEC dos precatórios na votação ocorrida durante a madrugada de ontem (3) na Câmara dos Deputados.
Na próxima terça-feira (9), será a votação do segundo turno da proposta, e o ex-governador do Ceará pede que a legenda vote contra.
O PDT contribuiu em imenso para a vitória do governo, uma vez que concedeu 15 fundamentais votos a favor do Palácio do Planalto.
Apenas seis parlamentares da legenda apertaram o "não" à emenda constitucional, são eles: Túlio Gadelha, Chico D'Angelo, Gustavo Fruet, Idilvan Alencar, Paulo Ramos e Pompeo de Mattos, de acordo com O Globo.
Houve tumulto entre membros do partido que vontaram contra e a favor, segundo a mídia. Paulo Ramos, que foi contrário à PEC, saiu gritando com André Figueiredo, ex-líder do partido, que foi favorável à proposta do governo.
Arthur Lira preside a vontação da PEC dos Precatórios em Brasília (DF), 3 de novmebro de 2021
© Folhapress / Frederico Brasil
Mapeamento para revanche
Após a votação de ontem (3), o governo começou a "mapear" os deputados que votaram contra a PEC e prometeu "revanche" através de bloqueio de emendas para esses parlamentares. De acordo com o G1, o principal partido na mira do é o MDB.
O Planalto também teria usado a votação para "testar a base" e ver quem realmente está a favor da proposta da equipe do presidente Jair Bolsonaro. Segundo a mídia, nesta manhã (4), o governo está dedicado a mapear caso a caso e fazendo a conta de quantos milhões vai segurar em liberação de emendas como retaliação aos "infiéis".
A votação no primeiro turno foi apertada, com 312 dos 308 votos necessários para a aprovação da proposta. O Planalto pretende que Arthur Lira (PP-AL) deixe para votar o segundo turno da PEC na semana que vem, argumentando que muitos parlamentares já deixaram Brasília.
Quadro com o nome dos deputados presentes para votação da PEC dos precatórios, Brasília, 3 de novembro de 2021
© Folhapress / Frederico Brasil
O presidente da Câmara vem demonstrando bastante interesse na aprovação da PEC, já que desde que chegou ao posto deixa transparecer sua forte ligação com o chefe do Executivo brasileiro.
Lira lançou estratégias para que a PEC passasse na Casa de qualquer forma, até mesmo revogando diretrizes anteriormente decretadas por ele, como a alteração da resolução que o mesmo havia assinado sobre o retorno presencial aos trabalhos, assim como recorrer a expediente inédito, considerado antirregimental, para alterar a proposta, de acordo com O Globo.
O chefe da Câmara também permitiu participação virtual de deputados e mudança no texto da emenda constitucional.