Nenhuma das moléculas orgânicas identificadas na poeira marciana contém sinais inequívocos de vida, mas sugerem que a nova técnica, que não exigiu perfuração, é uma ferramenta eficaz na busca de evidências de moléculas baseadas no carbono, bases fundamentais para a existência da vida como a conhecemos, explica o Science Alert.
Os resultados dessa experiência foram publicados na revista científica Nature.
A experiência de "laboratório úmido" surgiu depois que o Curiosity se chocou com um relevo enquanto procurava sinais de vida no Planeta Vermelho, no final de 2016.
Quando o rover estava se preparando para testar a rocha marciana na base do Monte Sharp, sua broca parou subitamente de funcionar. Contudo, ao invés de interromperem a missão até que a questão pudesse ser resolvida, os pesquisadores da NASA simplesmente mudaram de estratégia.
Rover Curiosity faz selfie em Vera Rubin Ridge em Marte, 11 de outubro de 2019
© Foto / NASA/JPL-Caltech/MSSS
Um pouco da poeira já havia sido recolhida da praia marciana de Ogunquit, pelo que foi logo introduzida no "laboratório de química úmida" do Curiosity, conta a mídia.
Compostos orgânicos dentro da rocha marciana são muito difíceis de detectar, uma vez que quando são aquecidas se quebram em moléculas mais simples.
Porém, se esses componentes orgânicos reagirem com outros químicos, são mais prováveis de entrarem no cromatográfico gasoso e espectômetro de massa para serem analisados sem se quebrarem.
A equipe da NASA não esperava que a poeira de Ogunquit fosse rica em matéria orgânica, sendo que ao quebrar o primeiro selo dessa poeira os cientistas encontraram compostos orgânicos como a amônia e ácido benzoico. Muitos desses compostos nunca haviam sido identificados antes em Marte.
A agência espacial planeja realizar uma missão na década de 2030 que visa coletar o resto das amostras do Curiosity, para que elas possam ser analisadas mais cuidadosamente nos laboratórios de nosso planeta.