Supercomputador é usado para desvendar segredos de buraco negro supermassivo

Localizada a 55 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Virgem, a Messier 87 (M87) é uma galáxia gigante com 12 mil aglomerados globulares.
Sputnik
Um buraco negro de 6,5 bilhões de massas solares, localizado no centro da M87, libera um jato de plasma que se estende por seis mil anos-luz.
Contudo, os cientistas não sabem como o jato é alimentado, em que circunstâncias é formado e como é capaz de permanecer estável mesmo a tal distância gigantesca.
Para compreender o jato, físicos teóricos da Universidade Goethe de Frankfurt, junto com outros cientistas da Europa, EUA e China, projetaram detalhadamente a área do disco de acreção do buraco negro no centro da M87, de onde o jato é lançado.
Os cientistas criaram modelos detalhados em um supercomputador que permitiu examinar uma versão virtual do buraco negro.
Utilizando simulações de um supercomputador 3D, foram resolvidas simultaneamente as equações da relatividade geral de Albert Einstein, bem como as equações do eletromagnetismo de James Maxwell e as equações de dinâmica de fluídos de Leonhard Euler.
O modelo ficou alinhado notavelmente com observações reais do objeto registradas pelos cientistas, sugerindo que o modelo está correto e que as teorias sobre seu nascimento e vida estão corretos, segundo o Independent.
"O fato de as imagens que calculamos estarem muito próximas das observações astronômicas é outra confirmação de que a teoria da relatividade geral de Einstein é a explicação mais precisa e natural da existência dos buracos negros supermassivos no centro das galáxias [...]", afirmou o professor Luciano Rizzola, do Instituto de Física da Universidade Goethe.
De acordo com o autor do estudo, Alejandro Cruz-Osorio, "o modelo teórico da emissão eletromagnética e do jato morfológico da M87 corresponde às observações no espectro de rádio, óptico e infravermelho".
"Isso indica que o buraco negro supermassivo da M87 está provavelmente girando a grande velocidade e que o plasma está fortemente magnetizado no jato, acelerando as partículas a escalas de milhares de anos-luz", concluiu.
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